terça-feira, 30 de março de 2010

Quem acredita na FSP (Força Serra Presidente)?

Menos de duas semanas depois de ter que se render às inquestionáveis tendências de subida da candidatura da Dilma e de estagnação e até mesmo descenso da de Serra, a FSP (Forca Serra Presidente) se apressou em fazer uma nova pesquisa, que nem esperou a tradicional divulgação de domingo, saindo no sábado.

Sem que nenhum fato político pudesse explicar, fizeram o que se imaginaria que um adepto da campanha serrista faria: levantar o animo depressivo da campanha opositora, tentando evitar o anti clímax do lançamento no dia 10 de abril da candidatura do Serra.

A manipulação – que já havia estado presente na não qualificação de empate técnico na diferença de 4 pontos – agora se revela abertamente. A FSP (Forca Serra Presidente) faz parte da direção da campanha do Serra e qualquer divulgação de pesquisa tem que ser caracterizado como manobra da campanha opositora.

Quem acredita na FSP (Forca Serra Presidente), depois de tudo que tem feito, desesperadamente, particularmente nestes últimos tempos, em que tiveram que abandonar a postura de aparente segurança na vitoria do seu colunista, o atual governador de São Paulo (ex presidente da UNE e ex prefeito de Sáo Paulo, ambos cargos abandonados por ele sem concluir o mandato), para se jogar, já sem nenhum escrúpulo, na campanha serrista?

Quem acredita no jornal que emprestou seus carros para dar cobertura à repressão da ditadura militar? Quem acredito no jornal que anunciou que haveria dezenas de milhões de vitimas da gripe suína no Brasil? Quem acredita no jornal que divulgou ficha falsa da Dilma? Quem acredita no jornal que publicou na primeira pagina artigo de suposto psicanalista acusando o governo de ter assassinado (sic) a mais de cem pessoas no acidente da TAM em Congonhas?

Quem acredita na FSP (Forca Serra Presidente), dirigida pelo filho do proprietário e não por nenhum tipo de eleição publica e democrática? Quem acredita em quem dirige o jornal porque é Frias Filho, filho do dono e não por algum tipo de mérito próprio que pudesse ter?

Quem acredita na FSP (Forca Serra Presidente) se o candidato que apóiam é colunista permanente do jornal, circula pela redação como se fosse sua casa, indica jornalistas vinculados a ele para cargos do jornal – como a diretora da redação de Brasilia, colunista da página 2, indicada por ele, conforme declaração de membro do Comite Editorial do jornal?

Como acreditar na FSP (Forca Serra Presidente) se se transformou no Diario Oficial Tucano (DOT), partido da direita brasileira, que dirigiu catastroficamente o país durante 8 anos – tendo mudado a Constituicao durante seu mandato para se beneficiar, com a compra de votos de parlamentares -, com todo o apoio desse jornaleco da Barão de Limeira?

Quem ainda acredita na FSP (Forca Serra Presidente)? Como se fez campanha no Chile, com Allende, contra o correspondente dessa imprensa no Chile, com o lema EL MERCURIO MIENTE, aqui devemos espalhar por todas partes, sobre a FSP (Forca Serra Presidente) e sobre seus congêneres, plásticos e toda forma de divulgação com o lema:

A FOLHA MENTE
O GLOBOMENTE
A VEJA MENTE
O ESTADAO MENTE.
Porque A DIREITA MENTE.


Postado por Emir Sader às 03:55
na agência carta maior

segunda-feira, 22 de março de 2010

Entrevista sobre a Política Nacional de Juventude

Amigos/as,
dei uma entrevista essa semana ao Blog do Tiago Ventura sobre a política nacional de Juventude. Não sei se todos/as sabem, tomei posse no Conselho Nacional de Juventude no dia 10 de março, representando o Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis (FONAJUVES).
Leiam a entrevista na íntegra no:
http://tiagoventura.wordpress.com/

abços,

Gustavo Barreto: O mensalão da Veja

Caiu a casa do jornalismo político

Por Gustavo Barreto em 11/03/2010, no Consciência.Net

É no mínimo curioso que o promotor de Justiça José Carlos Blat, fonte primária da “reportagem” da VEJA contra o PT no último domingo (edição de 10/03/2010), já tenha pedido à própria VEJA ressarcimento por danos morais no valor de R$ 20 mil, alegando que a revista extrapolou o direito de liberdade de informação e violou a sua honra, ao qualificá-lo como “pioneiro da era dos promotores heróis”.

A matéria que causou o litígio entre Blat e VEJA é de 5 de fevereiro de 2006, sob o título “Intocável sob suspeita”, e sustento ser importante começar por este relato para chegar ao caso atual da BANCOOP. Abordava processos administrativos aos quais o promotor respondia no Ministério Público de São Paulo. Blat perdeu: “(…) Duarte Camacho [juiz da 4ª Vara Cível de São Paulo] entendeu que a revista apenas noticiou um inquérito verídico que envolvia uma figura pública”. Cabia recurso.

Relatou o juiz na sentença de dezembro de 2008: “Os procedimentos administrativos narrados na reportagem são verdadeiros. A reportagem divulgou a notícia dos procedimentos administrativos respondidos pelo autor porque o autor é um profissional que, freqüentemente, está na mídia em razão do seu trabalho”. E ainda: “O magistrado ressaltou que, assim como os grupos criminosos que o promotor combate estão expostos aos holofotes da mídia, Blat também deveria estar acostumado a ser notícia”. (Última Instância, via JusBrasil, dez/2008)

ACUSAÇÕES CONTRA BLAT

[Revista VEJA, "Intocável sob suspeita", edição 1943, de 15/02/2006]

Na edição citada, os “procedimentos administrativos respondidos pelo autor”, segundo o juiz, são os seguintes:

ACUSAÇÃO 1: “(…) Em 1998, entrou para o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do qual foi afastado em 2004, em circunstâncias confusas. A Corregedoria o investigava por uma tentativa de livrar-se de multas no Detran e por um episódio estranho em que um carro oficial do Gaeco foi apreendido fora da cidade de São Paulo – com um criminoso ao volante. No fim de 2004, a Corregedoria do Ministério Público decidiu levar essas investigações a fundo. Ouviu o depoimento de onze pessoas, entre elas quatro promotores. Com base nesses depoimentos e em documentos levantados, a Corregedoria disse ter encontrado indícios de crimes mais graves.”

ACUSAÇÃO 2: “(…) As primeiras investigações contra Blat colocaram em xeque suas ações contra desmanches de veículos roubados. Promotores afirmaram que uma seguradora de veículos indicava quais locais deveriam ser invadidos e quem deveria ser preso. Nessas ações três funcionários dessa seguradora apresentavam-se como peritos. Todo o estoque era apreendido e, em vez de seguir para a polícia, a maior parte das peças era desviada para um depósito de terceiros.”

ACUSAÇÃO 3: “(…) Blat também foi acusado de proteger o contrabandista chinês Law Kin Chong, preso em São Paulo. Em 2002, quando participou de uma força-tarefa antipirataria, ele teria dirigido o foco da investigação somente contra os pequenos contrabandistas, deixando Law livre para atuar. Uma advogada que trabalhava para o contrabandista visitava Blat periodicamente no Gaeco.”

ACUSAÇÃO 4: “(…) As investigações descobriram ainda que Blat mora num apartamento de Alfredo Parisi, que já foi condenado por bancar o jogo do bicho. Blat admite que, antes de se tornar promotor, foi sócio do filho de Ivo Noal, outro banqueiro do bicho, numa loja de conveniência – o que não é crime.”

ACUSAÇÃO 5: “(…) Os bens do promotor também entraram na mira da Corregedoria. Segundo os depoimentos, Blat comprou de uma só tacada dois carros importados e blindados. A Corregedoria recebeu uma denúncia de que um apartamento no Guarujá também seria de Blat. Mais tarde, descobriu-se que, na verdade, estava em nome do ex-sogro do promotor, René Pereira de Carvalho, um procurador de Justiça. Carvalho tentou pagar 200 000 reais em dinheiro vivo, mas, diante da recusa da vendedora, usou cheques administrativos. A origem dos recursos não foi esclarecida. Por isso foi aberto um inquérito específico sobre seu patrimônio.”

A Revista VEJA conclui:

“(…) Sobre Blat pesam também as seguintes suspeitas: usar veículos e pessoal do Gaeco para interesses pessoais, negociar com um delegado a liberação de seu pai, que teria sido preso em flagrante por armazenar bens roubados, abuso de autoridade, truculência e suspeita de enriquecimento ilícito. É possível que Pinho esteja correto, e que nenhum crime tenha sido cometido. No entanto, por muito menos, políticos e empresários são duramente investigados pelo Ministério Público paulista – é o caso do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Enquanto seu destino no Ministério Público não é definido, Blat já traça outros planos. Disse a VEJA: “Eu me desiludi com o Ministério Público. Estou pensando em me candidatar a deputado federal”.

Isso foi em 2006. Blat estava pensando em virar político, oficialmente.

Agora, em 2010, Blat diz outra coisa, conforme nota no site Consultor Jurídico:

“Estou fazendo meu trabalho. Um trabalho técnico. E não tenho nenhuma simpatia por partido algum. Não sou tucano nem petista, nem nada (…) É sempre a mesma coisa. O que acontece é que quando você investiga um caso envolvendo um partido A, eles te acusam de trabalhar para o partido B. Na verdade, eu só trabalho para o Ministério Público”.

Resta saber por qual partido o promotor estava “pensando” em se candidatar. Ou então precisa avisar urgentemente que, para se candidatar, é preciso ter partido.

SOBRE A REPORTAGEM DO BANCOOP

A reportagem de VEJA é até engraçada ao deduzir que já é lugar comum petista saindo por aí com dinheiro na meia, na cueca etc.: “(…) Os depoimentos colhidos pelo MP indicam que o esquema de desvio de dinheiro da Bancoop obedeceu a uma trajetória que já se tornou um clássico petista. Começou para abastecer campanhas eleitorais do partido e acabou servindo para atender a interesses particulares de petistas.” (p.74)

O “clássico petista” é, entre outras expressões, uma das que me faz pensar por que pessoas com massa cinzenta (responsável por processar a informação no cérebro) ainda leem VEJA. Seria desinteresse pela política? A revista é inútil, um mero panfleto político, financiada por um segmento empresarial-partidário e que só age em prol de seus interesses particulares.

É óbvio que qualquer cidadão com senso ético deseja a punição de todo e qualquer corrupto e, especificamente neste caso, também a Justiça às famílias que investiram pesado no sonho de ter uma casa própria. Mas acreditar que a solução é transformar todo e qualquer problema em plataforma eleitoral é uma piada de mau gosto. Jornalismo marrom, nada mais do que isso.

A “reportagem” nem sequer ouviu os acusados. É absolutamente inacreditável. No mínimo, os leitores inteligentes (e não creio que são todos) da revista gostariam de saber o que falam os acusados. E por que VEJA não considerou entrevistá-los? Simples: por que a “reportagem” poderia cair. Por que VEJA teme o contraditório?

Eu fui atrás desta informação. A BANCOOP emitiu uma nota, disponível aqui.

O primeiro parágrafo é uma vergonha para os jornalistas, a classe: “A BANCOOP (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) não foi ouvida em momento algum pelos jornalistas responsáveis pela matéria da revista “VEJA”, em clara violação a princípio elementar de ética jornalística (…)”. Ouvir isso de bancários dá um certo desconforto… corretíssimos, exigem ética.

Um dos trechos mais importantes para subsidiar a investigação jornalística (se tivesse ocorrido): “A matéria é extremamente fantasiosa quanto aos fatos, como demonstra a informação de que teriam sido emitidos, para saque em dinheiro, cheques nominais à própria BANCOOP em valor total superior a R$ 31 milhões. Na verdade, há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria BANCOOP, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Publico, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras (…)”.

Além disso, segundo informa a BANCOOP (e ninguém questionou publicamente), já foram entregues 84% das unidades prometidas. Quanto às demais, a BANCOOP admite publicamente que houve problemas administrativos em 2003 e 2004. Depois que eu li, de curiosidade (devido à repercussão), a matéria da VEJA, fiquei com a sensação de que milhões de pessoas estavam morando debaixo das pontes, tudo por culpa da BANCOOP. A revista fala em “um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores”.

O site Consultor Jurídico fez o mínimo: o dever de casa de ouvir os lados.

É muito importante que se apure a transferência dos 31 milhões de reais, neste caso em questão, ou outras supostas irregularidades encontradas. Sabendo que o promotor e a revista VEJA devem enfrentar a Justiça, caso seja um factóide ou uma jogada política.

No entanto, é preciso registrar que, quando o caso envolveu José Roberto Arruda – cujo Governo do Distrito Federal está com R$ 894 milhões sob suspeita -, a mesma revista VEJA decidiu estampar na capa uma mulher seminua, para ilustrar a matéria “O fim do efeito sanfona”, este terrível problema que atinge milhares de brasileiros.

O motivo? Já denunciamos aqui em outra oportunidade: parte do mensalão foi diretamente para a VEJA. Foram R$ 442 mil para a compra de exemplares da revista, sem licitação…

sexta-feira, 19 de março de 2010

O que a mídia esconde na CNI/IBOPE

Dilma Rousseff
Mereceu algum destaque no Estadão de hoje, mas passou despercebido para a grande imprensa - ou assim estão sendo noticiados propositalmente - dois dados da pesquisa eleitoral CNI/IBOPE sobre a corrida para o Planalto divulgada ontem: nada menos que 53% dos eleitores dizem apoiar o candidato do presidente Lula, mas 42% ainda ignoram que a ministra Dilma Rousseff é essa candidata.

A vantagem do candidato da oposição ao Planalto, José Serra (PSDB-DEM-PPS) em relação a do presidente Lula, governo, PT e aliados, Dilma Rousseff caiu de 11 para 5 pontos. Nessa CNI/IBOPE divulgada agora, Serra está com 35% da preferência do eleitorado e Dilma com 30%.

Sempre prevemos com base em dados bem fundamentados - e o dizíamos aqui - que a tendência realmente era da candidatura Dilma subir na preferência do eleitorado e a de Serra cair, até porque seus índices resultam de recall por ter disputado as eleições de 2002, 2004 e 2006; porque a aprovação ao governo Lula (73%) e o apoio ao presidente (83%) são muito altos e a lógica é isso ser transferido, ainda que em parte, à sua candidata; e porque a oposição brasileira não tem programa e há muito tempo está sem discurso e sem rumo.

Mídia tem medo de "levantar a lebre"

Como a população percebe que o governo imprimiu um rumo certo ao país e administra com a adoção das medidas necessárias e apropriadas, ela não demonstra - e as pesquisas comprovam isso - nenhum interesse numa mudança. Aliás, a única surpresa nessa história é que Dilma sobe a atinge patamares na pesquisa num tempo muito mais curto do que prevíamos.

Há algum tempo, analistas chegaram a uma conclusão - e a tornaram pública - com a qual eu concordo: o infortúnio de Serra é que em 2002 ele era o candidato da continuidade do governo FHC, quando o eleitorado queria mudanças; agora em 2010 ele é o candidato das mudanças, quando os eleitores preferem a continuidade do governo Lula.

Além disso, essa CNI/IBOPE e as últimas pesquisas, em geral, são feitas e divulgadas num momento particularmente ruim para a oposição. Ela não tem propostas; anunciou que vai mudar todas as políticas do presidente Lula (se ganhasse); e os governos Serra e Gilberto Kassab (prefeito da capital) vivem uma quadra péssima, com uma crise política braba no trio PSDB-DEM-PPS. Ninguém quer ser vice de Serra e as três legendas naufragram no escândalo nacional protagonizado pelo DEM de Brasília.

Mas, resta uma pergunta que não pode deixar de ser feita. Será que a mídia esconde esse percentual de 53% de eleitores dispostos a apoiar a candidata do presidente Lula exatamente para "não levantar lebre", e não propalar ainda mais que Dilma é essa candidata

Fotos não mostradas pela grande imprensa.



Essa fotos não apareceram na Folha, Veja, Estado, Globo, entre outros grandes veículos da mídia. Tão pouco a Ação da Marcha Mundial de Mulheres, que mobilizou 2 mil mulheres em luta.
A educação do estado de São Paulo, comandada pelo governo Tucano é um desastre.
Parabéns a APEOESP e parabéns a MMM!



Governo triplica orçamento para a educação que chega a R$ 51 bilhões em 2010

O governo triplicou o orçamento do Ministério da Educação nos últimos oito anos, passando de R$ 17,4 bilhões em 2003 para R$ 51 bilhões em 2010. Se forem incluídos os recursos da transferência do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), do salário educação e da quarta parte do repasse estadual, o valor passa de R$ 19,1 bilhões em 2003 para R$ 59,1 bilhões em 2010.

Os dados foram divulgados nesta semana, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo explicou, os recursos estão sendo aplicados principalmente na educação básica. O investimento por aluno, que era de R$ 1,6 mil em 2000, saltou para R$ 3 mil, e a meta é a de atingir R$ 3,5 mil. Já para o ensino médio profissionalizante, em que o investimento por aluno é mais alto, deve ser de R$ 4,5 mil por aluno.

Os números mostram que a distância entre o investimento na educação básica e na educação superior vem caindo. Em 2000, essa diferença era de 11 vezes, em 2008 caiu para 5,6 vezes, o que é muito próximo do patamar da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os países ricos. O percentual do investimento por estudante em relação ao PIB por aluno elevou-se de 14,5% em 2002 para 19%. Na OCDE, a média é de 25%.

A meta do ministério é a de terminar o ano com o orçamento em 5% do PIB, o que dá 1% do PIB a mais do que foi investido historicamente. Ele projeta pelo menos mais 1% para o próximo período, com um aumento de pelo menos 0,2% ao ano.

Portal Brasil (www.brasil.gov.br)

Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/governo-lula-10/governo-triplica-orcamento-para-a-educacao-que-chega-a-r$-51-bilhoes-em-2010-3703.html

Duas mil mulheres chegam em marcha a São Paulo


Depois de dez dias na estrada pelo interior de São Paulo, caminhada termina nesta quinta-feira (18/03) com um ato em frente ao estádio do Pacaembu, na capital paulista. A ação, organizada pela Marcha Mundial das Mulheres, teve como lema a frase “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”. A caminhada no Brasil faz parte de uma grande mobilização internacional, que inclui mais de 50 países e termina no dia 17 de outubro, em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.

Bia Barbosa (*)

Foram mais de cem quilômetros de caminhada, em dez dias de pé na estrada, muito sol e também muito aprendizado. Nesta quinta-feira (18/03), termina, com um grande ato em frente ao estádio do Pacaembu, em São Paulo, a 3a Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil. Desde 8 de março, Dia Internacional da Mulher, duas mil mulheres de todas as regiões do país - há 25 estados representados - estão caminhando pelo interior do estado, num percurso que passou por dez cidades entre Campinas e São Paulo, para dar visibilidade à luta das mulheres e reivindicar mudanças em suas vidas.

Com o lema “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a pauta de reivindicações das mulheres para este ano está organizada em quatro eixos: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e violência contra as mulheres. A caminhada no Brasil faz parte de uma grande mobilização internacional, que inclui mais de 50 países e termina no dia 17 de outubro, em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.

Para a ação no Brasil, os eixos forma adaptados à realidade das mulheres do nosso país, dando contorno à plataforma que foi apresentada à sociedade a ao Estado durante esses dez dias de marcha. Entre as demandas colocadas estão a criação de aparelhos públicos que liberem as mulheres do serviço doméstico, a não privatização de nossos recursos naturais, o aumento do salário mínimo, o fim de todas as formas de violência contra a mulher, a realização da reforma agrária e a legalização do aborto.

A marcha também demonstrou sua solidariedade à população do Haiti após o terremoto que atingiu o país em janeiro. Ao longo dos dias, houve coleta de contribuições em dinheiro para a reconstrução da ação das mulheres da Marcha Mundial no país. As mulheres promoveram ainda panfletagens, batucadas e diferentes intervenções junto à população das cidades por onde passaram. E não se calaram diante de ofensas que ouviram daqueles (e até daquelas) que ficaram incomodados pelo tumulto no trânsito. Os gritos chauvinistas de "vai trabalhar!” ou “vai lavar louça!” era imediatamente respondidos em uníssono pelas militantes com as palavras de ordem: “Se cuida, se cuida, se cuida, seu machista! A América Latina vai ser toda feminista!”.

Aprendizado coletivo
Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco. Se uma hora a acolhida não é tão boa, como as caminhantes sentiram em Jundiaí - "parecia que gente na Prefeitura queria empurrar a marcha pra longe de lá", contaram as marchantes -, em outros momentos é o apoio de terceiros que dá força pra seguir queimando os pés no asfalto.

O esquema organizativo, de apoio e de infra-estrutura foi crucial para o sucesso da marcha, construída integralmente pelas mulheres, divididas em equipes de cozinha, limpeza, infra-estrutura, segurança, comunicação, formação e cultura, saúde, água e creche, para cuidar das crianças que acompanharam as mães na caminhada. Além das equipes, as delegações se revezaram para os trabalhos de limpeza dos alojamentos e na cozinha.

O grupo da Saúde foi um dos que mais sofreu com a inexperiência de tantas caminhantes de primeira viagem. "Tem companheira que esquece de trazer seu remedinho diário e aí passa mal. E outras que esticam demais à noite e esquecem que o outro dia será mais difícil de aguentar", conta Terezinha Vicente Ferreira, militante feminista da Articulação Mulher e Mídia. Mas ela acredita que esse tipo de ação ajuda as mulheres não só a dar visibilidade às suas lutas - "embora a grande imprensa finja que não estamos nas ruas" -, mas também a tornar mais fortes e organizadas as práticas coletivas.

Além do cansaço de andar horas e horas pela manhã - que não é o costume da maioria - , comer a comida simples possível de providenciar para tanta gente, deixando pra lá o hábito alimentar da cada uma, e ainda enfrentar locais para dormir sem nenhum conforto, as participantes se dispuseram a uma extensa agenda de debates e atividades durante a caminhada. "E no entanto tem sido a parte mais entusiasmada da ação: o encontro com as debatedoras convidadas, as rodas de conversa. Tudo está acontecendo", conta Terezinha.

A Ação contou com duas participações especiais. No dia 11, em Louveira, a feminista brasileira, radicada na França, Helena Hirata, debateu o trabalho das mulheres e a autonomia econômica. Helena vive há 40 anos na França, para onde se mudou quando foi exilada pela ditadura militar. Ela contou às militantes da Marcha que justamente neste 8 de Março, quando começava a caminhada delas de Campinas a São Paulo, foi que enfim obteve oficialmente sua anistia.

Em Perus, no dia 16, Aleida Guevara, médica cubana e filha de Ernesto Che Guevara, falou sobre paz e desmilitarização, num discurso que emocionou a repleta tenda de formação da Marcha. Em Cuba, o aborto é legalizado e a licença maternidade dura 12 meses, podendo ser dividida entre a mãe e o pai. “Eu nasci em um país socialista, onde a mulher é tratada com respeito e igualdade de direitos”, comemorou Aleida. “Não podemos dar receitas, nem dizer o que vocês precisam fazer. Mas podemos mostrar nossa realidade e dizer que, se um país pequeno e pobre como o nosso conseguiu, o Brasil também consegue”, incentivou a cubana.

A história da Marcha Mundial das Mulheres
A Marcha Mundial das Mulheres nasceu em 2000 como uma grande mobilização contra a pobreza e a violência. Naquele ano, as ações começaram justamente em 8 de março e terminaram em 17 de outubro (Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza), organizadas a partir do chamado “2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista”.

A inspiração para a criação da Marcha partiu de uma manifestação realizada cinco anos antes (em 1995), no Canadá. Na ocasião, 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, “Pão e Rosas”. A ação marcou a retomada das mobilizações das mulheres nas ruas, fazendo uma crítica contundente ao sistema capitalista como um todo. Ao seu final, diversas conquistas foram alcançadas naquele país, como o aumento do salário mínimo, mais direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.

Assim como no Canadá, as duas mil marchantes que chegam nesta quinta a São Paulo foram saudadas por outras mulheres ao longo do trajeto com pães e rosas, como na chegada à cidade de Valinhos. Sem dúvida, uma das imagens mais belas desta marcha que deixará marcas na vida de tantas brasileiras.

* Com informações da Marcha Mundial das Mulheres (www.sof.org.br/acao2010) e da Ciranda (www.ciranda.net)

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16456&boletim_id=659&componente_id=11006

quarta-feira, 17 de março de 2010

Os EUA estão doentes

Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. 49 milhões de cidadãos não têm seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele.

Boaventura de Sousa Santos

Em sentido metafórico, a sociedade norte-americana está doente por muitas razões. Há mais de trinta de anos passo alguns meses por ano nos EUA e tenho observado uma acumulação progressiva de "doenças", mas não é delas que quero escrever hoje. Hoje escrevo sobre doença no sentido literal e faço-o a propósito da reforma do sistema de saúde em discussão final no Congresso. As lições desta reforma para o nosso país são evidentes. Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. Gastam por ano duas vezes mais em despesas de saúde que qualquer outro país desenvolvido e, apesar disso, 49 milhões de cidadãos não têm qualquer seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele. Mais, a cada passo surgem notícias aterradoras de pessoas com doenças graves a quem as seguradoras cancelam os seguros, a quem recusam pagar tratamentos que lhes poderiam salvar a vida ou a quem recusam vender o seguro por serem conhecidas as suas — condições pré-existentes“, ou seja, a probabilidade de virem necessitar de cuidados de saúde dispendiosos no futuro.

A perversidade do sistema reside em que os lucros das seguradoras são tanto maiores quanto mais gente da classe média baixa ou trabalhadores de pequenas e médias empresas são excluídos, ou seja, grupos sociais que não aguentam constantes aumentos dos prémios de seguro que nada têm a ver com a inflação. No meio de uma grave crise econômica e alta taxa de desemprego, a seguradora Anthem Blue Cross - que no ano passado declarou um aumento de 56% nos seus lucros - anunciou há semanas uma alta de 39% nos preços na Califórnia, o que provocaria a perda do seguro para 800.000 pessoas. A medida foi considerada criminosa e escandalosa por alguns membros do Congresso.

Por todas estas razões, há um consenso nos EUA de que é preciso reformar o sistema de saúde, e essa foi uma das promessas centrais da campanha de Barack Obama. A sua proposta assentava em duas medidas principais:criar um sistema público, financiado pelo Estado, que, ainda que residual, pudesse dar uma opção aos que não conseguem pagar os seguros; regular o sector de modo que os aumentos dos planos não pudessem ser decididos unilateralmente pelas seguradoras. Há um ano que a proposta de lei tramita no Congresso e não é seguro que a lei seja aprovada até à Páscoa, como pede o Presidente. Mas a lei que será aprovada não contém nenhuma das propostas iniciais de Obama. Pela simples razão de que o lobby das seguradoras gastou 300 milhões de euros para pagar aos congressistas encarregados de elaborar a lei (para as suas campanhas, para as suas causas e, afinal, para os seus bolsos). Há seis lobistas da área de saúde registrados por cada membro do Congresso. Lobby é a forma legal do que no resto do mundo se chama corrupção. A proposta, a ser aprovada, está de tal modo desfigurada que muitos setores progressistas (ou seja, setores um pouco menos conservadores) pensam que seria melhor não promulgar a lei. Entre outras coisas, a leib "entrega" às seguradoras cerca de 30 milhões de novos clientes sem qualquer controle sobre o montante dos planos. Os EUA estão doentes porque a democracia norte-americana está doente.

Que lições? Primeiro, é um crime social transformar a saúde em mercadoria. Segundo, uma vez dominantes no mercado, as seguradoras mostram uma irresponsabilidade social assustadora. São responsáveis perante os acionistas, não perante os cidadãos. Terceiro, têm armas poderosas para dominar os governos e a opinião pública. Em Portugal, convém-lhes demonizar o SNS só até ao ponto de retirar dele a classe média, mais sensível à falta de qualidade, mas nunca ao ponto de o eliminar pois, doutro modo, deixariam de ter o "caixote do lixo" para onde atirar os doentes que não querem.Os mais ingênuos ficam perplexos perante os prejuízos dos hospitais públicos e os lucros dos privados. Não se deram conta de que os prejuízos dos hospitais públicos, por mais eficientes que sejam, serão sempre a causa dos lucros dos hospitais privados.



Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Aprovação do PNC na CCJC

Prioridade da II CNC, Plano Nacional de Cultura é aprovado na Câmara dos Deputados
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCCJ), da Câmara dos Deputados, aprovou na tarde desta terça-feira, 16 de março, o Projeto de Lei nº 6.835/2006, que aprova o Plano Nacional de Cultura (PNC). O texto prevê diretrizes, objetivos e ações na área da Cultura para a União, os estados e os municípios, tornando a política cultural uma política de Estado. Essa é a primeira vez que o país consolida um planejamento de médio e longo prazo para esse setor. São dez anos, no total, com revisão a cada quatro. A aprovação é definitiva na Casa legislativa e a proposta vai, agora, para o Senado Federal.
Conheça as cinco diretrizes do Plano Nacional de Cultura:
1. Fortalecer a ação do estado no planejamento e na execução das políticas culturais, intensificar o planejamento de programas e ações voltadas ao campo cultural e consolidar a execução de políticas públicas para cultura;
2. Reconhecer e valorizar a diversidade e proteger e promover as artes e expressões culturais;
3. Universalizar o acesso dos brasileiros à arte e à cultura, qualificar ambientes e equipamentos culturais e permitir aos criadores o acesso às condições e meios de produção cultural;
4. Ampliar a participação da cultura no desenvolvimento socioeconômico sustentável, promover as condições necessárias para a consolidação da economia da cultura e induzir estratégias de sustentabilidade nos processos culturais; e
5. Estimular a organização de instâncias consultivas, construir mecanismos de participação da sociedade civil e ampliar o diálogo com os agentes culturais e criadores.
A aprovação do Plano Nacional de Cultura foi um das 32 prioridades da II Conferência Nacional de Cultura (II CNC), finalizada no domingo, 14 de março, em Brasília. Desde suas etapas preparatórias, o evento reuniu mais de 220 mil representantes de todo o país para elaborarem estratégias para a política cultural brasileira.
O texto do relator, deputado Emiliano José (PT-BA), passou em votação unânime da CCJC. Agora, depois do prazo regimental de cinco dias para recurso, segue para tramitação no Senado Federal, sem passar pelo plenário da Câmara dos Deputados. Se aprovado nas Comissões de Educação e Cultura e de Constituição, Justiça e Cidadania, segue direto para a sanção presidencial.
Logo após o final da sessão, o deputado Emiliano José declarou que esse é um ganho para os produtores, para os criadores, mas principalmente para o povo brasileiro. “Aqui, fazemos a política cultural ganhar corpo e financiamento efetivos”, disse.
Desdobramentos
Depois que o PNC entrar em vigor, estados e municípios poderão aderir ao Plano, comprometendo-se, assim, a elaborar seus planos locais. Para isso, contarão com apoio técnico e financeiro do Ministério da Cultura.
“Com isso, iniciaremos uma nova etapa na política cultural brasileira, que é a responsabilização de todos os entes federativos e a participação concreta da sociedade. Outras políticas, como saúde e mais recentemente a assistência social, têm nos mostrado que, só quando ações e metas são compartilhadas, temos bons resultados”, afirma o coordenador-geral de Acompanhamento da Política Cultural do MinC, Maurício Dantas.
Um próximo passo será a criação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), que estabelecerá mecanismos de gestão compartilhada entre os entes federados e a sociedade civil. A Proposta de Emenda Constitucional que institui o Sistema, a PEC 416/2005, também está em tramitação na Câmara dos Deputados.
No que diz respeito a financiamento, o Fundo Nacional da Cultura (FNC) será a principal fonte de recursos. O repasse para estados deverá ser feito, preferencialmente, para os fundos estaduais.
O texto aprovado nesta terça-feira na Câmara dos Deputados é resultado de um esforço da Comissão de Educação e Cultura e do Ministério da Cultura em ouvir a população. Ao longo de 2008, foram realizados 27 seminários nos estados e no Distrito Federal, com caráter de audiência pública, para aprimoramento do texto original do deputado Gilmar Machado (PT-MG). Participaram dos encontros mais de cinco mil pessoas.
Saiba mais sobre o Plano Nacional de Cultura: blogs.cultura.gov.br/pnc.
Leia, também, a seguinte notícia: Câmara aprova Plano Nacional de Cultura (Agência Câmara).
(Texto: Ismália Afonso, Ascom SPC/MinC)
(Fotos: Rafael de Oliveira Souza, Comunicação Social/MinC)

terça-feira, 16 de março de 2010

SID/MinC lança cinco editais de premiação durante a cerimônia de abertura do evento

A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) lançou nesta quinta-feira, dia 11, cinco novos editais de premiação para alguns dos segmentos apoiados pela Secretaria. O lançamento foi realizado durante a abertura da II Conferência Nacional de Cultura, na sala Villa Lobos do Teatro Nacional. Os editais terão investimento de mais de R$ 5 milhões e suas inscrições estarão abertas a partir do dia 6 de abril.

Editais de Premiação

Dos cinco editais anunciados, dois são inéditos: O Prêmio Cultura Hip-Hop - Edição Preto Ghóez e o Prêmio Cultural “Nada Sobre Nós Sem Nós”. Este último premiará iniciativas culturais de pessoas com ou sem deficiência que desenvolvam produtos, ações ou espaços culturais com acessibilidade. A SID anunciará, ainda, o 2º Edital Prêmio Culturas Ciganas 2010; o 2º Edital Prêmio Cultural da Pessoa Idosa; e o 3º Prêmio Culturas Indígenas - Edição Marçal Tupã-y.

Prêmio Cultura Hip Hop - Edição Preto Ghóez

O concurso premiará iniciativas da cultura Hip Hop, contribuindo para sua continuidade e para o fomento de artistas, grupos e comunidades praticantes dos diferentes elementos do gênero no Brasil.

Serão 135 iniciativas contempladas, com o valor de R$ 13.000,00 para cada uma, com o valor total de R$ 1. 755. 000,00 distribuídos, nas seguintes categorias: Reconhecimento (10 prêmios, dois para cada Estado da Federação); Escola de Rua (27 prêmios, um para cada Estado da Federação); Correria (27 prêmios, um para cada Estado da Federação); Conhecimento - Quinto Elemento (35 prêmios, sete para cada macrorregião do país); e Conexões (35 prêmios, sete para cada macrorregião do país).

Parcerias: Secretaria da Cidadania Cultural (SCC/MinC), Instituto Empreender e Ação Educativa.

Prêmio Nada sobre Nós sem Nós

O concurso premiará iniciativas culturais exemplares apresentadas por pessoas com deficiência ou por grupos artísticos que tenham, em sua composição, pelo menos uma pessoa com deficiência. Serão premiadas também iniciativas de pessoas com ou sem deficiência que desenvolvam produtos, ações ou espaços culturais com acessibilidade.

Serão 30 iniciativas contempladas com o valor de R$ 12.500,00 para cada uma, totalizando R$ 375.000,00 distribuídos, nas seguintes categorias:

I - Teatro, Dança, Música, Literatura, Artes Visuais e outras formas de expressão artística: 20 prêmios, sendo quatro para cada região do país; e

II - Desenvolvimento de Produtos, Ações e Espaços Culturais com Acessibilidade: 10 prêmios, sendo dois para cada região do país.

Parcerias: Fundação Nacional de Artes (Funarte), Presidência da República (PR) - Secretaria Especial dos Diretos Humanos (SEDH) e Escola de Gente - Comunicação em Inclusão, com recursos da Petrobras, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Prêmio Culturas Ciganas 2010

O concurso premiará ações que envolvam trabalhos, individuais ou coletivos, que fortaleçam as expressões culturais ciganas, contribuindo para sua continuidade e para a manutenção das identidades dos diferentes clãs e povos presentes no Brasil; atividades de retomada de práticas ciganas ameaçadas ou em processo de esquecimento; e a difusão das expressões ciganas para além dos limites de suas comunidades de origem, em todas as suas formas e modos próprios.

Serão 30 iniciativas contempladas com o valor de R$ 10.000,00 para cada uma, totalizando R$ 2.000.000,00.

Parcerias: Ministério da Saúde (MS) - Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP); Presidência da República (PR) - Secretaria Especial de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (SEPPIR), Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (SubCom); Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) - Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos; e Pastoral dos Nômades do Brasil.

Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa

O concurso premiará iniciativas culturais apresentadas por pessoas físicas ou jurídicas de natureza cultural que beneficiem, diretamente, pessoas idosas. Serão premiadas também iniciativas de pessoas não idosas que desenvolvam ações e produtos culturais destinados a esse público alvo.

Serão 40 iniciativas contempladas com o valor de R$ 20.000,00 para cada uma, totalizando R$ 800.000,00 distribuídos, nas seguintes categorias:

I - Teatro, Dança, Música, Literatura, Artes Visuais e outras formas de expressão artística: 30 prêmios, doze para cada macrorregião do país;

II - Desenvolvimento de Produtos, Ações e Espaços Culturais Destinados aos Idosos: 10 prêmios, quatro para cada macrorregião do país.

Parcerias: Instituto Empreender, com recursos da Petrobras por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Prêmio Culturas Indígenas - Edição Marçal Tupã-y

O concurso premiará 125 iniciativas que foram habilitadas na 2ª Edição do Prêmio Culturas Indígenas realizado em 2008. O Edital pagará um total de R$ 2.000.000,00 em prêmios e cada premiado receberá o valor de R$ 16.000,00.

Parcerias: Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), com recursos da Petrobras (renúncia fiscal).

(Heli Espíndola -Comunicação/SID)

Comunicação SID/MinC
Telefone: (61) 2024-2379 (61) 2024-2379
E-mail: identidadecultural@ cultura.gov. br
Acesse: www.cultura. gov.br/sid
Nosso Blog: blogs.cultura. gov.br/diversida de_cultural
Nosso Twitter: twitter.com/ diversidademinc

CARTA DOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES JUVENIS DA SOCIEDADE CIVIL AO PLENO DO CONJUVE

Nós, movimentos e organizações juvenis da sociedade civil, presentes a 20ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE), nos reunimos, às 21h, do dia 09 de março de 2010 para avaliar e debater estes dois dias.
A transição dos mandatos do CONJUVE ampliou as cadeiras de participação de movimentos e organizações juvenis, entretanto esta participação não se traduziu nos processos democráticos de decisão e direção da reunião, como a composição da mesa diretora e bem como das coordenações de comissões. Desta forma, apontamos e sugerimos:
- Que possamos pautar na próxima reunião extraordinária a questão regimental nos seguintes pontos: os procedimentos, critérios e regras de seu funcionamento nas comissões, GT’s, campanhas, eleições entre outros.
- Que se publicizem os registros históricos das reuniões ordinárias e extraordinárias para que ao longo da história do conselho não se percam as contribuições das representações. Que o balanço dos registros chegue aos(às) novos(as) conselheiros( as) antes da posse, reuniões extraordinárias, antes da 2ª reunião ordinária e ao longo de toda gestão.
- Que tenhamos no mínimo uma semana de antecedência para avaliar e aprovar documentos com opinião coletiva para que não se repita o que aconteceu com as avaliações dos resultados da comissão de políticas e programas;
- Que a definição da pauta da reunião seja construída coletivamente e que seja debatida em sua real perspectiva, fortalecendo uma estratégia democrática e participativa de comunicação e ainda visando a ampliação do diálogo entre os âmbitos nacionais, estaduais e municipais e a participação de observadores( as).
Nós dos movimentos e organizações juvenis civil acreditamos que esses pontos são essenciais para a participação efetiva e democrática com transparência nos processos. Desta forma, nos posicionamos pela ampliação e aperfeiçoamento da participação nos processos democráticos no CONJUVE, respeitando as diversidades e buscando uma plataforma comum de atuação na gestão 2010-2011.Finalizan do nos comprometemos com a gestão e fortalecimento do Conjuve, entendendo a importância deste espaço para o avanço das Políticas Públicas de Juventudes no Brasil.
Assinam:
ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais;
ABUB - Aliança Bíblica Universitária Brasil;
CAMPE - Centro de Apoio a Mães de Portadores de Eficiência;
CEDAPS - Centro de Promoção da Saúde;
CANTO JOVEM
Juventude Batista Brasileira;
FONAJUVE - Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis;
REJUMA - Rede da Juventude pelo Meio-ambiente e Sustentabilidade;
Viva Rio;f
IBASE;
FBOMS - Forúm Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais
REJU - Rede Ecumênica da Juventude;
REDE JOVENS DO NORDESTE;
REDE SOU DE ATITUDE;
REDE FALE;
INSTITUTO IMAGEM E CIDADANIA/SOBRADO CULTURAL;
PASTORAL DA JUVENTUDE;

Presidência e comissões do Conjuve são eleitas

O secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Juventude, Danilo Moreira e o secretário nacional adjunto da juventude da União Geral dos Trabalhadores, João Marcos Vidal, foram eleitos respectivamente para a presidência e vice-presidência do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). Eles foram indicados por aclamação pelo Pleno do Conselho para o próximo biênio, na última terça-feira (09/03), durante encontro dos conselheiros, em Brasília.

Além dos presidentes, os conselheiros elegeram também os representantes das quatro comissões que compõem o Conselho. O regimento do Conjuve estabelece que deva haver uma alternância nos mandatos de presidente e vice-presidente, assim, neste mandato (2010/2011), a presidência ficará com um representante do governo e, a vice-presidência, com a sociedade civil. A posse dos eleitos acontece nesta quarta-feira (10/03).

O ex-presidente do Conjuve, David Barros (IJC - Instituto de Juventude Contemporânea) , ao fazer um balanço de sua gestão, afirmou que durante seu mandato procurou estreitar o relacionamento com os conselheiros estaduais e municipais e dinamizar a relação entre o parlamento com os gestores e movimentos sociais.

Ele acredita que os principais desafios da próxima gestão serão inserir na agenda eleitoral a pauta das políticas públicas de juventude e manter as conquistas junto ao novo presidente. “Tenho convicção que o Conjuve estará muito bem representado para o próximo biênio e que os novos dirigentes muito farão pela juventude”, comentou.

O presidente recém eleito, Danilo Moreira, concorda que o principal desafio é a transição com a eleição da Presidência da República. Ele espera que o Conjuve seja um agente agregador no processo de garantir a permanência e fortalecer a pauta da juventude junto ao novo presidente eleito.

Já o vice-presidente, João Vidal, tem a perspectiva de fazer o Conjuve chegar ao conhecimento de o maior número possível de jovens e entidades que defendam a pauta juvenil. Além de trabalhar na construção da pauta para a 2 Conferência Nacional de Juventude.

Comissões
Os oito representantes das quatro comissões que compõem o Conjuve foram também eleitos, nesta terça-feira (09/03), e apresentaram algumas metas para o próximo biênio. A Comissão de Acompanhamento do Parlamento terá como titulares os conselheiros Marcela Rodrigues e Murilo Amatneeks. Na pauta a discussão da PEC e do Estatuto da Juventude com parlamentares.

A Comissão de Comunicação tem na titularidade os conselheiros Daniella Rocha e Mano Oxi. As prioridades num primeiro momento são reformular o site, o boletim e o clipping do Conjuve. A Comissão de Políticas e Programas tem à frente os conselheiros Félix Aureliano e Josbertini Clementino. Na pauta o fortalecimento das políticas públicas de juventude e avaliação e monitoramento das PPJs.

A presidência e os integrantes das comissões do Conjuve Tomam posse nesta quarta-feira (10/03), durante o “2 Encontro Nacional de Conselhos de Juventude” que vai até o dia (12). Os novos eleitos já têm marcado um ato político em favor da PEC da juventude no plenário do Senado Federal, logo após a posse.

O Conjuve é composto de 20 cadeiras do poder público e 40 da sociedade civil. O órgão foi criado em junho de 2005 com a finalidade de formular e propor diretrizes para a promoção de políticas públicas de juventude, fomentar estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica juvenil e o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais.


Por Consultoria de Comunicação da Secretaria Nacional de Juventude

LANÇAMENTO DO PONTO DE CULTURA INDEPENDÊNCIA OU MARTE - CONEXÕES SOLIDÁRIAS

Lançamento do Ponto de Cultura Independência ou Marte - Conexões Solidárias

Acontece na próxima quinta-feira, dia 18 de março, o lançamento oficial do novo Ponto de Cultura sãocarlense, o Independência ou Marte - Conexões Solidárias. O projeto foi contemplado no final do ano passado através do edital Pontos de Cultura do Estado de São Paulo, realizado em parceria entre a Secretaria da Cultura do Governo do Estado e o Ministério da Cultura, através do Programa Cultura Viva.

O evento será na Sede do Massa Coletiva – Núcleo Cooperativo de Comunicação e Cultura, proponente do projeto, e integrará a programação do “Quão Negro Somos”, encontro de formação realizado pelo Ponto Teia – Casa de Criação, o mais antigo da cidade.

A programação deste dia contará com a presença de Célio Turino, secretário de Cidadania Cultural do MinC, que lançará seu livro Ponto de Cultura – O Brasil de Baixo para Cima. Ele, Felipe Silva (Massa Coletiva) e Pablo Capilé (Circuito Fora do Eixo) irão compor uma mesa sobre o momento das articulações do poder público com a sociedade civil para o Setor da Cultura.

A noite ainda contará com apresentações artísticas, como a Discotecagem Radiofônica Independência ou Marte, que consiste em um projeto voltado a difusão da nova música brasileira independente, além de projeções de vídeos e outros materiais do Ponto de Cultura, como as primeiras gravações do longa-metragem Delírios de um cinemaníaco.

O evento é aberto ao público, à partir das 20h30, na rua 7 de Setembro, 2053 Centro.


Mais informações:
www.massacoletiva. blogspot. com
comunicamassa@ gmail.com
(16) 3412 7124 (16) 3412 7124

quarta-feira, 10 de março de 2010

8 de março: pelo direito das mulheres viverem a juventude!

Faz 100 anos que o “8 de março” é o dia de luta das mulheres. Existem diversas histórias relacionadas a essa data. O mais comentado é um possível incêndio em Nova York , greve por mais direitos. O fato é que tratou-se de uma opção política das mulheres socialistas, em Congresso, unificando um dia de luta.

A data ultrapassou grandes momentos, encabeçou muitos enfrentamentos políticos, sociais e econômicos. Superou desafios, acumulou conquistas e direitos. Aos 100 anos, podemos dizer, muita coisa mudou. Podemos apontar que a vida das mulheres sofreu uma grande transformação.

Mas sigamos com cautela, não é tempo de comemorações.

Sabemos que as desigualdades permanecem. E hoje também é dia de darmos destaque e visibilidade aos dados alarmantes. O globo noticiou no “oglobo.com”: “Mais qualificadas, mulheres continuam ganhando menos que os homens, diz IBGE”. Mais precisamente, as mulheres recebem “72%” do salários dos homens, em média. No jornal de domingo, no caderno “Boa Chance”, a manchete diz “Explode o assédio. Denúncias cresceram 723% no Rio nos últimos 5 anos”. Sabemos que não trata-se de uma questão regional.

Nesse mesmo sentido, os casos de abortos clandestinos – e mortes relacionados aos mesmos – permanecem subindo; as mulheres continuam responsáveis solitárias pelo trabalho “doméstico”. A violência contra a mulher ainda existe e é praticada por membros de sua própria família. As mulheres permanecem excluídas dos espaços de decisão e poder da sociedade.

Bom, precisamos também falar da tão aclamada e desejada “feminilidade”. Tal termo está relacionado a um modelo existencial para todas as mulheres, mas dirige-se notadamente às mulheres jovens. Constrói uma rede de exigências para se chegar ao título “feminina”, que pretende-se ideal de todas. Para além da estética, envolve um comportamento determinado.

Quase uma fantasia. Elas precisam se “vestir” daquilo que é esperado delas. Precisam correr o dia todo, dar conta do estudo associado ao trabalho. Devem andar mascaradas – ops! Muito maquiadas – além de utilizarem todos os tipos de apetrechos necessários para se transformarem verdadeiramente em “mulheres jovens”. Afinal de contas, ser mulher jovem é uma construção social definida pela quantidade de cosméticos, utensílios estéticos e disponibilidade para o desejo, principalmente sexual, do outro. Ah! Sim... com muito rosa, pois essa é a cor da “feminilidade”.

A realidade é dura e opaca. Está em oposição à plastificação estética exigida. Não vem revestida. As mulheres jovens são maioria no emprego precarizado, postos temporários, setor de telemarketing, profissões relacionadas a estética, setor terciário. Assumem cada vez mais novas o trabalho doméstico. A gravidez precoce permanece uma questão nas suas vidas.

Em razão desse contexto, vivem em constante insegurança. Suas vidas também são marcadas por uma permanente insatisfação e ansiedade, diante das exigências inalcançáveis. Não disponho de estatísticas, mas cada dia “novas” doenças surgem, diretamente relacionadas às mulheres. A bulemia, anorexia e transtornos de ansiedade são bons exemplos.

Abriram-se novas perspectivas, desde 2002, com o governo Lula. A juventude tornou-se um direito. E, nesse 8 de março, queremos afirmar o direito das mulheres viverem a juventude! Aos 100 anos reafirmamos que o desafio para a construção da igualdade permanece político.

Defendemos uma agenda que caminhe progressivamente pela postergação da entrada das mulheres jovens ao mercado de trabalho, acesso à educação, à cultura e saúde. Para tanto, alguns passos são fundamentais: uma efetiva política de assistência estudantil; creches; meia entrada para toda a juventude; legalização do aborto. Tudo isso combinado com uma política efetiva de inclusão das mulheres em todos os espaços de direção política.








Ana Cristina Pimentel



Secretária Estadual da Juventude do PT Minas Gerais

segunda-feira, 8 de março de 2010

Marcha Mundial das Mulheres vai às ruas em 51 países a partir deste final de semana

Ativistas em vários países denunciarão a situação das mulheres no mundo e apresentarão suas demandas por bem comum e serviços públicos, paz e desmilitarização, autonomia econômica e o fim da violência contra as mulheres. Além disso, celebrarão os 100 anos da declaração do Dia Internacional das Mulheres

5 de março de 2010 – Sob a palabra de ordem: “Mulheres em Marcha até que todas sejamos livres!”, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) estará nas ruas nos quatro cantos do planeta – África, Américas, Asia/Oceanía, Europa – na primeira etapa de sua Terceira Ação Internacional, que se realiza entre o 8 de março e o 18 de março. Segundo o Secretariado Internacional da MMM, sediado em São Paulo, Brasil, já são 51 países que informaram estar realizando ações (ver quadro abaixo). Em muitos países há ações que acontecem este sábado, 6 de março. E na Nova Caledônia, atividades foram realizadas no dia 27 de fevereiro. Mas a maior parte dos países concentrarão ações no 8 de março.
Para inaugurar a ação de 2010, alguns países farão marchas e mobilizações durante todo o período entre o 8 e o 18 de março ou durante vários dias nesse mesmo período, chamando atenção para a situação de violência em que vivem as mulheres e também para suas demandas por um mundo mais justo. Esse é o caso do Brasil, onde cerca de 2.000 mulheres marcharão por 10 dias, de Campinas até São Paulo. Também no Paquistão, onde ocorrerão marchas e seminários descentralizados entre os dias 12 e o 18 de março, em diferentes cidades como Faisalabad, Toba Tek Singh, Gojra, Gujranwala, Shaikhupora, Kasur e Lahore. No Sri Lanka, a marcha acontecerá em dois momentos entre as cidades de Thalahena e Marawila, entre os dias 8 e 11 e entre 15 e 18 de março. No Mali, marchas descentralizadas acontecerão nos seis distritos da capital, Bamako, entre os dias 8 e 15 de março. Essas ações culminam com a organização de uma marcha no dia 18 na região Norte do país, que vive em conflito. Já no Quênia, as atividades vão acontecer do 8 ao 18, e vão incluir marchas e eventos culturais, como espetáculos de rua, vigílias e visitas a comunidades.

Países com ações no marco da Terceira Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
África
África do Sul
Argelia
Burkina Faso
Camarões
Mali
Marrocos
Moçambique
Quênia
República Centroafricana
República Democrática do Congo
Sahara Ocidental
Sudão
Américas
Argentina
Bolívia
Brasil
Canadá
Chile
Colômbia
Cuba
Equador
El Salvador
Estados Unidos
Guatemala
Haiti
Honduras
Martinica
México
Peru
Quebec
Ásia-Oceania
Bangladesh
Coréia do Sul
Filipinas
Índia
Japão
Nepal
Nova Caledônia
Paquistão
Sri Lanka
Europa
Albânia
Bélgica
Catalunha
Francia
Galícia
Grécia
Itália
Inglaterra
Macedônia
País Vasco
Portugal
Suíça
Turquia



Como se organiza a Terceira Ação Internacional da MMM
A ação se realizará ao longo de um período que começa com o Dia Internacional das Mulheres (8 de março) e termina com o Dia Internacional pela Eliminação da Pobreza (17 de outubro) e tem momentos descentralizados (nos países), regionais (reunindo mulheres de diversos países de um mesmo continente na Asia/Oceania, Europa e nas Américas). Contará também com um momento internacional, com foco em paz e desmilitarização, que é o ato de encerramento da ação, em Bukavu (província de Sudkivu), na República Democrática do Congo, que terá a presença de uma delegação internacional de 500 mulheres, principalmente do continente africano, mas também de outros países em conflito no mundo.
Para ver os detalhes de todos os países, visite o sítio internet da Terceira Ação Internacional: http://www.mmm2010.info

A história perdida do Dia Internacional das Mulheres
Na primeira etapa da Terceira Ação Internacional, a Marcha Mundial das Mulheres quer recordar-se da história do Dia Internacional das Mulheres, que hoje se comemora no 8 de março, e cujo sentido de luta pela emancipação aparece como secundário frente à comercialização ao redor de sua celebração. Tradicionalmente, vincula-se o 8 de março a uma greve e/ou a um incêndio que se supõe ter ocorrido em uma fábrica têxtil, em Nova Iorque, onde trabalhavam mulheres, em 1857 ou em 1908.

Mas quando se investiga suas origens com profundidade, descobre-se a história de todo um período de luta feminista por direitos econômicos e trabalhistas, assim como o direito ao voto nos Estados Unidos e em outros lugares. Foi em 1910, em Copenhague, Dinamarca, durante a II Conferência Internacional Socialista de Mulheres, onde Clara Zetkin – socialista e feminista alemã – propôs a criação de um Dia Internacional das Mulheres, anual, seguindo o exemplo das mulheres socialistas estadunidenses, as quais desde 1908, organizavam anualmente um Dia Nacional das Mulheres (demandando igualdade econômica e política, incluindo o direito ao voto para as mulheres, denunciando a exploração das trabalhadoras, etc).
Para saber mais sobre esta história, clique em: http://www.marchemondiale.org/actions/2010action/origen8marzo/es

Para entrevistas e outras informações

1. Alessandra Ceregatti (Secretariado Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, para contato com Comitê Internacional e coordenações nacionais em outros países):
tel. +55 11 3032-3243 ou cel. +55 11 8316-3664 (Email: communication@marchemondiale.org).
2. Sitio internet da Terceira Ação Internacional (www.mmm2010.info) e da MMM: www.marchemondiale.org

sábado, 6 de março de 2010

Emir Sader e os “ex-esquerdistas” da imprensa

A miséria moral de ex-esquerdistas

Alguns sentem satisfação quando alguém que foi de esquerda salta o muro, muda de campo e se torna de direita – como se dissessem: “Eu sabia, você nunca me enganou”, etc., etc. Outros sentem tristeza, pelo triste espetáculo de quem joga fora, com os valores, sua própria dignidade – em troca de um emprego, de um reconhecimento, de um espaçozinho na televisão.

O certo é que nos acostumamos a que grande parte dos direitistas de hoje tenham sido de esquerda ontem. O caminho inverso é muito menos comum. A direita sabe recompensar os que aderem a seus ideais – e salários. A adesão à esquerda costuma ser pelo convencimento dos seus ideais.

O ex-esquerdista ataca com especial fúria a esquerda, como quem ataca a si mesmo, a seu próprio passado. Não apenas renega as idéias que nortearam – às vezes o melhor p eríodo da sua vida -, mas precisa mostrar, o tempo todo, à direita e a todos os seus poderes, que odeia de tal maneira a esquerda, que já nunca mais recairá naquele “veneno” que o tinha viciado. Que agora podem contar com ele, na primeira fila, para combater o que ele foi, com um empenho de quem “conheceu o monstro por dentro”, sabe seu efeito corrosivo e se mostra combatente extremista contra a esquerda.

Não discute as idéias que teve ou as que outros têm. Não basta. Senão seria tratar interpretações possíveis, às quais aderiu e já não adere. Não. Precisa chamar a atenção dos incautos sobre a dependência que geram a “dialética”, a “luta de classes”, a promessa de uma “sociedade de igualdade, sem classes e sem Estado”. Denunciar, denunciar qualquer indicio de que o vício pode voltar, que qualquer vacilação em relação a temas aparentemente ingênuos, banais, corriqueiros, como as políticas de cotas nas universidades, um a política habitacional, o apoio a um presidente legalmente eleito de um país, podem esconder o veneno da víbora do “socialismo”, do “totalitarismo”, do “stalinismo”.

Viraram pobres diabos, que vagam pelos espaços que os Marinhos, os Civitas, os Frias, os Mesquitas lhes emprestam, para exibir seu passado de pecado, de devassidão moral, agora superado pela conduta de vigilantes escoteiros da direita. A redação de jornais, revistas, rádios e televisões está cheia de ex-trotskistas, de ex-comunistas, de ex-socialistas, de ex-esquerdistas arrependidos, usufruindo de espaços e salários, mostrando reiteradamente seu arrependimento, em um espetáculo moral deprimente.

Aderem à direita com a fúria dos desesperados, dos que defendem teses mais que nunca superadas, derrotadas, e daí o desespero. Atacam o governo Lula, o PT, como se fossem a reencarnação do bolchevismo, descobrem em cada ação estatal o “totalitarismo”, em cada política social a “mão corruptora do Estado”, do “chavismo”, do “populismo”.

Vagam, de entrevista a artigo, de blog à mesa redonda, expiando seu passado, aderidos com o mesmo ímpeto que um dia tiveram para atacar o capitalismo, agora para defender a “democracia” contra os seus detratores. Escrevem livros de denúncia, com suposto tempero acadêmico, em editoras de direita, gritam aos quatro ventos que o “perigo comunista” – sem o qual não seriam nada – está vivo, escondido detrás do PAC, do Minha casa, minha vida, da Conferência Nacional de Comunicação, da Dilma – “uma vez terrorista, sempre terrorista”.

Merecem nosso desprezo, nem sequer nossa comiseração, porque sabem o que fazem – e os salários no fim do mês não nos deixam mentir, alimentam suas mentiras – e ganham com isso. Saíram das bibliotecas, das salas de aula, das manifestações e panfletagens, para espaços na mídia, para abraços da direita, de empresários, de próceres da ditadura.

Vagam como almas penadas em órgãos de imprensa que se esfarelam, que vivem seus últimos sopros de vida, com os quais serão enterrados, sem pena, nem glória, esquecidos como serviçais do poder, a que foram reduzidos por sua subserviência aos que crêem que ainda mandam e seguirão mandado no mundo contra o qual, um dia, se rebelaram e pelo que agora pagam rastejando junto ao que de pior possui uma elite decadente e em vésperas de ser derrotada por muito tempo. Morrerão com ela, destino que escolheram em troca de pequenas glórias efêmeras e de uns tostões furados pela sua miséria moral. O povo nem sabe que existiram, embora participe ativamente do seu enterro.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Casa Civil: Folha de S.Paulo maquia e manipula dados do PAC

Leia abaixo resposta da Casa Civil da Presidência da República a propósito da manchete do jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira (2):
FOLHA DE S. PAULO MAQUIA DADOS SOBRE O PAC
1. São infundadas e inaceitáveis as acusações do jornal Folha de S. Paulo (02.03.2010) a respeito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Se existe "maquiagem" ou tentativa de "esconder" informações em relação ao PAC, ela está na reportagem do jornal, e não nos balanços periódicos do Programa.
2. A Casa Civil da Presidência da República reitera que não há hipótese de manipulação das informações dos nove relatórios do PAC. Os balanços são transparentes e sempre foram amplamente divulgados e exaustivamente analisados pela imprensa. Tanto é assim que, a partir deles, a própria Folha pode fazer sua pesquisa e sua pauta para a elaboração da reportagem. Além disto, os dados estão disponíveis a qualquer interessado na internet
3. Todas as alterações de cronogramas das ações do PAC estão registradas nos balanços, como, aliás, admite a própria Folha ao longo do texto: "(...) em consultas ao primeiro balanço oficial do PAC, de maio de 2007, e aos oito seguintes (...) descobre-se que muitas das obras (...) passaram por uma revisão de metas e tiveram seu prazo de conclusão dilatado..."
4. Os balanços do PAC sempre fizeram referência às ações desenvolvidas dentro do Programa, classificando seu andamento como "adequado", "atenção" ou "preocupante" de acordo com os riscos apresentados à execução de cada uma.
5. Mesmo alertada sobre esse critério objetivo, a Folha optou pelo caminho da manipulação ao selecionar uma amostra parcial de 75 ações do primeiro balanço (de um total de 1.646) para concluir, de maneira premeditada, que 75% das ações do PAC estão atrasadas. A Folha erra ao tomar o resultado de uma amostra e aplicar o percentual sobre o total de ações.
6. O fato é que das 2.471 ações monitoradas, metade foi concluída, 44% estão com ritmo adequado de execução, 5% em atenção e 1% em situação preocupante. Se metade foi concluída, como poderia haver 75% atrasadas?
7. A verdade é que, em valor, 40,3% das ações foram concluídas, representando investimentos de R$ 256,9 bilhões. Somados às ações em andamento, os investimentos do PAC, de 2007 a 2009, totalizaram R$ 403,8 bilhões - 63,3% da meta até o final de 2010.
8. Já o desmembramento de algumas ações (que o jornal chama de "fatiamento") deve-se a sua complexidade e visa a aprimorar seu monitoramento. É o caso, por exemplo, da duplicação da BR 101 Nordeste, obra de mais de 1.000 Km de extensão, atravessando seis estados, e com diferentes estágios de execução.
Assessoria de imprensa da Casa Civil
Terça-feira, 2 de março de 2010

Grande mídia organiza campanha contra candidatura de Dilma

Em seminário promovido pelo Instituto Millenium em SP, representantes dos principais veículos de comunicação do país afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia. Eles acreditam que se Dilma for eleita o stalinismo será implantado no Brasil. “Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, sentenciou Arnaldo Jabor.
Bia Barbosa
Se algum estudante ou profissional de comunicação desavisado pagou os R$ 500,00 que custavam a inscrição do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Millenium, acreditando que os debates no evento girariam em torno das reais ameaças a esses direitos fundamentais, pode ter se surpreendido com a verdadeira aula sobre como organizar uma campanha política que foi dada pelos representantes dos grandes veículos de comunicação nesta segunda-feira, em São Paulo. Promovido por um instituto defensor de valores como a economia de mercado e o direito à propriedade, e que tem entre seus conselheiros nomes como João Roberto Marinho, Roberto Civita, Eurípedes Alcântara e Pedro Bial, o fórum contou com o apoio de entidades como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANER (Associação Nacional de Editores de Revista), ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) . E dedicou boa parte das suas discussões ao que os palestrantes consideram um risco para a democracia brasileira: a eleição de Dilma Rousseff.A explicação foi inicialmente dada pelo sociólogo Demétrio Magnoli, que passou os últimos anos combatendo, nos noticiários e páginas dos grandes veículos, políticas de ação afirmativa como as cotas para negros nas universidades. Segundo ele, no início de sua história, o PT abrangia em sua composição uma diversidade maior de correntes, incluindo a presença de lideranças social-democratas. Hoje, para Magnoli, o partido é um aparato controlado por sindicalistas e castristas, que têm respondido a suas bases pela retomada e restauração de um programa político reminiscente dos antigos partidos comunistas.“Ao longo das quatro candidaturas de Lula, o PT realizou uma mudança muito importante em relação à economia. Mas ao mesmo tempo em que o governo adota um programa econômico ortodoxo e princípios da economia de mercado, o PT dá marcha ré em todos os assuntos que se referem à democracia.
Veja na íntegra: www.cartamaior.com.br

terça-feira, 2 de março de 2010

Alstom: ninguém sabe, ninguém viu

Publicado em 01-Mar-2010
O jornalista Ancelmo Góis, em O Globo ontem, menciona um fato em sua coluna que merece atenção: conta que no mesmo período em que o metrô do Rio de Janeiro comprava 114 carros na China por cerca de US$ 1,296 milhão a unidade (com ar condicionado), o de Brasília pagava o dobro por trens idênticos (mas sem ar condicicionado) adquiridos pelo governador José Roberto Arruda (ex-DEM) à empresa querida dos tucanos, a Alstom.

A Alstom, todos vocês se lembram, é aquela multinacional cujos negócios suspeitos com os governos de São Paulo - desde a época dos governos Mário Covas (iniciados há 16 anos, portanto), passando pelos de Geraldo Alckmin e José Serra - os tucanos não deixam de forma nenhuma que sejam investigados.

Os motivos? A empresa é investigada na Europa, pela justiça da França e da Suíça, sob as acusações de pagamento de gordas propinas, milhões de dólares, a autoridades tucanas do governo paulista e a integrantes do PSDB em troca da obtenção de vultosos e irregulares contratos com estatais paulistas.

Enfim, sobre o DEM, principal aliado do PSDB e do serrismo no país, não surpreende a compra superfaturada dos trens pelo governo Arruda, comentada pelo colunista de O Globo, porque nada mais do partido dos demos surpreende. Agora, a questão que realmente deveria surpreender - mas nem isso mais faz, dada a repetição - é que a mídia, alerta e tão prestativa na hora de criar escândalos, não dá sequer um pio quando o assunto é Alstom e os governos tucanos de São Paulo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O uso medicinal da maconha

Por Renato Batisteli

Olá Nassif, bom dia!

O tema é muito interessante. Porém há uma outra abordagem do assunto que me parece tão, ou talvez até mais, importante que é o uso terapêutico da cannabis.

Encontrei uma extensa entrevista, publicada pela FAPESP, com uma pesquisador brasileiro da área que vale a pensa ser lida. São 4 paginas do portal dedicada ao assunto.

Sugeriria que você lesse, nos intervalos do seu programa de índio, e acho que vale a pena. São daquelas coisas boas que o Brasil tem e que a maioria de nos desconhece.

O titulo da entrevista:

O uso medicinal da maconha

Especialista em psicofarmacologia Elisaldo Carlini diz que já está mais do que na hora de reconhecer as qualidades médicas da droga no Brasil

Link para a entrevista completa:

http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4046&bd=1&pg=1&lg=

Há também um áudio neste link

http://revistapesquisa.fapesp.br/radio/20.02.10/bloco.mp3

Pesquisa Datafolha: "Dilma cresce e já encosta em Serra"

A edição deste domingo do jornal Folha de São Paulo, já nas bancas, publica a nova pesquisa Datafolha e traz na manchete: "Dilma cresce e já encosta em Serra".

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 e 25 de fevereiro e aponta que a pré-candidata do PT, a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, atingiu 28% das intenções de voto. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tem 32% das intenções.

A diferença entre Dilma e Serra caiu de 14 para 4 pontos percentuais, em comparação com a última pesquisa do Datafolha, publicada em dezembro do ano passado. Dilma Roussef apresentou crescimento de 5 pontos percentuais e consolidou sua curva ascendente, não importando o cenário nem quais são os candidatos em disputa.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Em um cenário em que Serra está no limite mínimo, e Dilma, no máximo, os dois estariam tecnicamente empatados. Mas, segundo o Datafolha, essa hipotese é "raríssima".

Na simulação do segundo turno, o tucano registra 45% contra 41% da petista. Na pesquisa de dezembro, a diferença era de 15 pontos, na mais recente, ela caiu para 4.

A pesquisa, que entrevistou 2.623 pessoas de 16 anos ou mais, demonstrou a estagnação de Ciro Gomes e Marina Silva: Ciro Gomes, do PSB, tem 12% e Marina, do PV, 8%.

A aprovação do presidente Lula segue recorde, com 73% de ótimo/bom. Na pesquisa espontânea o presidente é cada vez menos apontado como candidato à presidência, a queda foi de 20% para 10%.