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quarta-feira, 23 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
E depois ainda dizem que Dunga é o “atrasado”
por Luiz Carlos Azenha
“O negro é cientificamente mais forte”, disse um ilustre comentarista, em tom de elogio, a respeito da seleção da Costa do Marfim. Um narrador chegou a sugerir que sobra força física mas falta inteligência aos times “africanos”, razão que estaria na base do suposto fracasso das seleções do continente em avançar para a segunda fase. Bem-vindos à cobertura da Copa do Mundo da África do Sul.
Curiosamente, nos dois casos, provavelmente sem saber os “profissionais” reproduziram teorias cujo objetivo era fornecer justificativa intelectual para a ocupação física da África pelo colonialismo europeu.
Resumindo grosseiramente, essas teorias pregavam a superioridade natural dos europeus brancos sobre os nativos, que seriam “fortes”, mas “preguiçosos”, “lascivos” e “intelectualmente inferiores”. Essas constatações serviam, naturalmente, para justificar as ações europeias na África: o controle das terras, dos recursos naturais e a utilização dos negros “fortes” como mão-de-obra escrava ou semi-escrava. Justificavam, inclusive, o controle das rebeliões da mão-de-obra com o uso de métodos violentos (no Congo, os agentes do rei belga Leopoldo cortavam as mãos dos trabalhadores que não cumpriam as cotas de extração de borracha natural).
Os negros, afinal, não eram apenas atrasados. Eram bárbaros, representavam com sua “lascividade” uma ameaça física às mulheres brancas, símbolo máximo da “pureza” da civilização europeia, especialmente na era vitoriana. Vem daí o mito do superpoder sexual dos homens negros (assim como, na Segunda Guerra Mundial, a propaganda americana espalhou o mito de que os orientais são sexualmente pouco dotados em termos de centimetragem).
Para justificar a barbárie, surgiram pseudociências como a frenologia, que pretendia comprovar que as características de um ser humano podiam ser definidas pelas formas da cabeça. Os “cientistas” passaram a se dedicar, por exemplo, a medir o tamanho da cabeça de brancos e negros, encontrando nestes desenhos cerebrais que eram “prova definitiva” de sua inferioridade. Quando os alemães ocuparam as terras do povo herero, no que hoje é a Namíbia, por exemplo, provocaram uma rebelião que foi esmagada com uma guerra de extermínio e a implantação de campos de concentração para a população civil. Destes campos sairam dezenas de cabeças de prisioneiros mortos, remetidas para a Alemanha para “estudos científicos”.
Assim como os campos de concentração foram primeiro implantados na África (pelos britânicos, na guerra contra os bôer, pelo controle do que hoje é a África do Sul), as teorias que mais tarde seriam aplicadas por Josef Mengele em Auschwitz foram “testadas” pelo pai da eugenia, o médico e antropólogo alemão Eugen Fischer, na África.
Dizer, hoje em dia, que todos os africanos são fortes a partir do exemplo de 11 jogadores da seleção da Costa do Marfim é o mesmo que presumir que todos os estadunidenses são gigantes a partir da observação de um jogo de basquete entre os Lakers e os Celtics. Embora os brasileiros dominem há anos as competições de vôlei masculino, não há nenhuma razão para acreditar que sejamos “naturalmente dotados” para a prática do vôlei.
O que os nossos comentaristas, narradores e “jornalistas” deveriam se perguntar é razoavelmente óbvio: por que a seleção da Costa do Marfim é musculosa assim? Será que os africanos nascem com aqueles biceps e triceps “naturalmente” desenvolvidos?
Talvez eles encontrassem explicação no fato de que os jovens jogadores de futebol de alguns países da África — Camarões, Gana e Costa do Marfim, por exemplo — mal fazem estágio em equipes locais antes de ir para a Europa. Muitos destes jogadores são recrutados na pré-adolescência por caça-talentos que servem a escolinhas de formação de jogadores. No caso de Costa do Marfim, por exemplo, a escolinha mais importante do país vende um jogador jovem (18 a 21 anos de idade) para times de segunda ou terceira divisão da Europa por cerca de 600 mil dólares. Como o contato físico no futebol europeu é tido como uma característica do jogo, é apenas natural que tantos os preparadores quanto os próprios atletas trabalhem para “bombar” o físico. Não é diferente com jogadores brasileiros (vide a transformação física do Ronaldo, por exemplo). Muitas vezes um bom jogador brasileiro, como o Neymar, é tido como “muito franzino” para enfrentar o rigor do futebol europeu. E tome musculação, para não falar em hormônios e outros métodos clandestinos.
Pessoalmente acredito que essa é uma tendência suicida para o futebol arte: a produção em massa, em todo o mundo, de super-atletas destinados a suprir as necessidades de mão-de-obra das ligas europeias, jovens precocemente “bombados” e com pouco domínio dos fundamentos básicos do futebol (notem a qualidade bisonha dos chutes a gol na Copa do Mundo da África do Sul). Mas isso é outro assunto.
O que espanta, mesmo, é ver gente com alto poder de influência sobre o grande público repetir, em pleno século 21, preconceitos que nasceram de teorias racistas do século 19. São, afinal, apenas dois séculos de atraso.
PS: Em seu notável “The Lords of Human Kind”, em que trata especialmente da expansão imperialista, o historiador V. G. Kiernan nota com sarcasmo que os indígenas das Américas não entenderam, para seu próprio bem, que era “vantajoso” para eles o trabalho escravo nas propriedades dos brancos recém-chegados; razão pela qual foram dizimados e substituídos pelos escravizados negros, trazidos de outro continente, que distantes de suas culturas, seus povos e suas famílias não tinham para onde correr. Foi o mesmo princípio que guiou a importação de mão-de-obra chinesa para construir ferrovias britânicas na África do Sul ou mão-de-obra indiana para as lavouras de cana de açúcar na região de Durban (os coolies, de triste memória): longe de casa, os trabalhadores ficavam completamente à mercê dos patrões.
PS2: Quem quiser saber como funciona uma “escolinha” de futebol na Costa do Marfim, dirigida pelo brasileiro Joel, assista esta noite à revista Nova África, às 22h30m, na TV Brasil.
http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/e-depois-ainda-dizem-que-dunga-e-o-atrasado.html
“O negro é cientificamente mais forte”, disse um ilustre comentarista, em tom de elogio, a respeito da seleção da Costa do Marfim. Um narrador chegou a sugerir que sobra força física mas falta inteligência aos times “africanos”, razão que estaria na base do suposto fracasso das seleções do continente em avançar para a segunda fase. Bem-vindos à cobertura da Copa do Mundo da África do Sul.
Curiosamente, nos dois casos, provavelmente sem saber os “profissionais” reproduziram teorias cujo objetivo era fornecer justificativa intelectual para a ocupação física da África pelo colonialismo europeu.
Resumindo grosseiramente, essas teorias pregavam a superioridade natural dos europeus brancos sobre os nativos, que seriam “fortes”, mas “preguiçosos”, “lascivos” e “intelectualmente inferiores”. Essas constatações serviam, naturalmente, para justificar as ações europeias na África: o controle das terras, dos recursos naturais e a utilização dos negros “fortes” como mão-de-obra escrava ou semi-escrava. Justificavam, inclusive, o controle das rebeliões da mão-de-obra com o uso de métodos violentos (no Congo, os agentes do rei belga Leopoldo cortavam as mãos dos trabalhadores que não cumpriam as cotas de extração de borracha natural).
Os negros, afinal, não eram apenas atrasados. Eram bárbaros, representavam com sua “lascividade” uma ameaça física às mulheres brancas, símbolo máximo da “pureza” da civilização europeia, especialmente na era vitoriana. Vem daí o mito do superpoder sexual dos homens negros (assim como, na Segunda Guerra Mundial, a propaganda americana espalhou o mito de que os orientais são sexualmente pouco dotados em termos de centimetragem).
Para justificar a barbárie, surgiram pseudociências como a frenologia, que pretendia comprovar que as características de um ser humano podiam ser definidas pelas formas da cabeça. Os “cientistas” passaram a se dedicar, por exemplo, a medir o tamanho da cabeça de brancos e negros, encontrando nestes desenhos cerebrais que eram “prova definitiva” de sua inferioridade. Quando os alemães ocuparam as terras do povo herero, no que hoje é a Namíbia, por exemplo, provocaram uma rebelião que foi esmagada com uma guerra de extermínio e a implantação de campos de concentração para a população civil. Destes campos sairam dezenas de cabeças de prisioneiros mortos, remetidas para a Alemanha para “estudos científicos”.
Assim como os campos de concentração foram primeiro implantados na África (pelos britânicos, na guerra contra os bôer, pelo controle do que hoje é a África do Sul), as teorias que mais tarde seriam aplicadas por Josef Mengele em Auschwitz foram “testadas” pelo pai da eugenia, o médico e antropólogo alemão Eugen Fischer, na África.
Dizer, hoje em dia, que todos os africanos são fortes a partir do exemplo de 11 jogadores da seleção da Costa do Marfim é o mesmo que presumir que todos os estadunidenses são gigantes a partir da observação de um jogo de basquete entre os Lakers e os Celtics. Embora os brasileiros dominem há anos as competições de vôlei masculino, não há nenhuma razão para acreditar que sejamos “naturalmente dotados” para a prática do vôlei.
O que os nossos comentaristas, narradores e “jornalistas” deveriam se perguntar é razoavelmente óbvio: por que a seleção da Costa do Marfim é musculosa assim? Será que os africanos nascem com aqueles biceps e triceps “naturalmente” desenvolvidos?
Talvez eles encontrassem explicação no fato de que os jovens jogadores de futebol de alguns países da África — Camarões, Gana e Costa do Marfim, por exemplo — mal fazem estágio em equipes locais antes de ir para a Europa. Muitos destes jogadores são recrutados na pré-adolescência por caça-talentos que servem a escolinhas de formação de jogadores. No caso de Costa do Marfim, por exemplo, a escolinha mais importante do país vende um jogador jovem (18 a 21 anos de idade) para times de segunda ou terceira divisão da Europa por cerca de 600 mil dólares. Como o contato físico no futebol europeu é tido como uma característica do jogo, é apenas natural que tantos os preparadores quanto os próprios atletas trabalhem para “bombar” o físico. Não é diferente com jogadores brasileiros (vide a transformação física do Ronaldo, por exemplo). Muitas vezes um bom jogador brasileiro, como o Neymar, é tido como “muito franzino” para enfrentar o rigor do futebol europeu. E tome musculação, para não falar em hormônios e outros métodos clandestinos.
Pessoalmente acredito que essa é uma tendência suicida para o futebol arte: a produção em massa, em todo o mundo, de super-atletas destinados a suprir as necessidades de mão-de-obra das ligas europeias, jovens precocemente “bombados” e com pouco domínio dos fundamentos básicos do futebol (notem a qualidade bisonha dos chutes a gol na Copa do Mundo da África do Sul). Mas isso é outro assunto.
O que espanta, mesmo, é ver gente com alto poder de influência sobre o grande público repetir, em pleno século 21, preconceitos que nasceram de teorias racistas do século 19. São, afinal, apenas dois séculos de atraso.
PS: Em seu notável “The Lords of Human Kind”, em que trata especialmente da expansão imperialista, o historiador V. G. Kiernan nota com sarcasmo que os indígenas das Américas não entenderam, para seu próprio bem, que era “vantajoso” para eles o trabalho escravo nas propriedades dos brancos recém-chegados; razão pela qual foram dizimados e substituídos pelos escravizados negros, trazidos de outro continente, que distantes de suas culturas, seus povos e suas famílias não tinham para onde correr. Foi o mesmo princípio que guiou a importação de mão-de-obra chinesa para construir ferrovias britânicas na África do Sul ou mão-de-obra indiana para as lavouras de cana de açúcar na região de Durban (os coolies, de triste memória): longe de casa, os trabalhadores ficavam completamente à mercê dos patrões.
PS2: Quem quiser saber como funciona uma “escolinha” de futebol na Costa do Marfim, dirigida pelo brasileiro Joel, assista esta noite à revista Nova África, às 22h30m, na TV Brasil.
http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/e-depois-ainda-dizem-que-dunga-e-o-atrasado.html
O que está em jogo nas eleições de 2010
Emir Sader
Em quatro meses o Brasil terá decidido quem será o próximo(a) presidente(a). Destaca-se muitos aspectos da particularidade desta campanha, desde o de que Lula não será candidato, pela primeira vez, desde que o fim da ditadura trouxe as eleições, até o do protagonismo de duas mulheres entre os três principais candidatos.
Mas o tema mais importante é o do julgamento de um governo até aqui sui generis na história política do país. Um presidente de origem operária, imigrante do nordeste, chega ao final do seu mandato com a maior popularidade da história do país e submete democraticamente seu governo a uma consulta popular, mediante a apresentação como sua possível sucessora da coordenadora do seu governo.
Um governo que começou rompendo o caminho do Área de Livre Comércio das Américas, conduzido pelo governo anterior, que teria levado o Brasil e todo o continente à penosa situação do México: 90% do seu comércio exterior com os EUA, como reflexo disso na crise retrocedeu 7% seu PIB no ano passado, foi ao FMI de novo, assinando a Carta de Intenções (deles).
O novo governo promoveu uma reinserção internacional do Brasil, privilegiando os processos de integração regional e as alianças com o Sul do mundo. A China tornou-se o primeiro parceiro comercial do Brasil, o segundo é a América do Sul como um todo, em terceiro os EUA. A crise revelou os efeitos dessa mudança: pudemos superá-la rapidamente pela diversificação do comercio internacional e a menor dependência das relações com os EUA, a Europa e o Japão. (Além do papel importante do mercado interno de consumo populasr.)
Esse é um dos temas que está em jogo: o lugar do Brasil no mundo. Seguir aprofundando essa nova inserção ou voltar à aliança subordinada com os EUA e as potências centrais do sistema.
O outro tema – em que igualmente houve maior mudança na passagem do governo FHC para o de Lula: as políticas sociais. No governo anterior, a distribuição de renda seria resultado mecânico da estabilidade monetária. Controlada a inflação – “um imposto aos pobres” -, se recuperaria capacidade de compra dos salários.
No governo Lula, as políticas sociais tiveram um papel reitor. O modelo econômico não separava o crescimento econômico e a distribuição de renda. A recuperação da capacidade do Estado de promover o desenvolvimento – este um tema abolido no governo FHC – foi também um aspecto novo, junto à extensão do mercado interno de consumo de massas. Mudou a direção do comercio exterior e seu peso, reforçando-se o mercado interno.
Esse tema também está em jogo. Os governos neoliberais deram prioridade ao ajuste fiscal, ao controle inflacionário. O governo Lula priorizou a esfera social.
Está em jogo também o papel do Estado. Como costuma acontecer, o candidato opositor considera excessiva a presença do Estado, a carga tributária, os gastos estatais, os investimentos e os custos da maquina estatal. As criticas ao supostos “corporativismo” e a comparação com Luis XIV tem como direção o Estado mínimo e a presença maior do mercado.
No seu sentido geral, podemos dizer que as eleições deste ano definem se o governo Lula é um parêntese, com o retorno das coalizões tradicionais que governaram o Brasil ao longo do tempo ou se é uma alavanca para definitivamente sair do modelo neoliberal e construir uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana. Caso se dê esta última alternativa, os setores conservadores sofrerão uma derrota de proporções, com toda uma geração dos seus representantes políticos praticamente terminando suas carreiras e abrindo espaço para grandes avanços na direção das orientações do governo Lula.
Mas o tema mais importante é o do julgamento de um governo até aqui sui generis na história política do país. Um presidente de origem operária, imigrante do nordeste, chega ao final do seu mandato com a maior popularidade da história do país e submete democraticamente seu governo a uma consulta popular, mediante a apresentação como sua possível sucessora da coordenadora do seu governo.
Um governo que começou rompendo o caminho do Área de Livre Comércio das Américas, conduzido pelo governo anterior, que teria levado o Brasil e todo o continente à penosa situação do México: 90% do seu comércio exterior com os EUA, como reflexo disso na crise retrocedeu 7% seu PIB no ano passado, foi ao FMI de novo, assinando a Carta de Intenções (deles).
O novo governo promoveu uma reinserção internacional do Brasil, privilegiando os processos de integração regional e as alianças com o Sul do mundo. A China tornou-se o primeiro parceiro comercial do Brasil, o segundo é a América do Sul como um todo, em terceiro os EUA. A crise revelou os efeitos dessa mudança: pudemos superá-la rapidamente pela diversificação do comercio internacional e a menor dependência das relações com os EUA, a Europa e o Japão. (Além do papel importante do mercado interno de consumo populasr.)
Esse é um dos temas que está em jogo: o lugar do Brasil no mundo. Seguir aprofundando essa nova inserção ou voltar à aliança subordinada com os EUA e as potências centrais do sistema.
O outro tema – em que igualmente houve maior mudança na passagem do governo FHC para o de Lula: as políticas sociais. No governo anterior, a distribuição de renda seria resultado mecânico da estabilidade monetária. Controlada a inflação – “um imposto aos pobres” -, se recuperaria capacidade de compra dos salários.
No governo Lula, as políticas sociais tiveram um papel reitor. O modelo econômico não separava o crescimento econômico e a distribuição de renda. A recuperação da capacidade do Estado de promover o desenvolvimento – este um tema abolido no governo FHC – foi também um aspecto novo, junto à extensão do mercado interno de consumo de massas. Mudou a direção do comercio exterior e seu peso, reforçando-se o mercado interno.
Esse tema também está em jogo. Os governos neoliberais deram prioridade ao ajuste fiscal, ao controle inflacionário. O governo Lula priorizou a esfera social.
Está em jogo também o papel do Estado. Como costuma acontecer, o candidato opositor considera excessiva a presença do Estado, a carga tributária, os gastos estatais, os investimentos e os custos da maquina estatal. As criticas ao supostos “corporativismo” e a comparação com Luis XIV tem como direção o Estado mínimo e a presença maior do mercado.
No seu sentido geral, podemos dizer que as eleições deste ano definem se o governo Lula é um parêntese, com o retorno das coalizões tradicionais que governaram o Brasil ao longo do tempo ou se é uma alavanca para definitivamente sair do modelo neoliberal e construir uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana. Caso se dê esta última alternativa, os setores conservadores sofrerão uma derrota de proporções, com toda uma geração dos seus representantes políticos praticamente terminando suas carreiras e abrindo espaço para grandes avanços na direção das orientações do governo Lula.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
A Era do Grunhido
Por Flavio Gomes do Portal IG
O Brasil tem uma revista semanal, “Veja”, que se considera a maior do país. Deve até ser mesmo, sei lá quais são os critérios, não sei quantos leitores tem, quanto fatura, não me interessa. Deixei de assinar essa porcaria anos atrás, já não me lembro se por algum motivo específico, ou se foi, apenas, porque um dia peguei na porta de casa e me espantei: eu ainda gasto dinheiro com esta merda?
Tal revista perdeu a relevância, para estabelecer um marco, depois da queda de Collor de Mello. Naqueles anos de impeachment, as semanais deram vários furos, foram importantes, descobriram coisas. Depois, sumiram. Hoje, a “Veja” é reduto de uns caras chiliquentos como Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. “Ah, você não lê, como sabe?”, vai perguntar alguém.
Eu de tudo sei, tudo conheço. Piadinha interna.
Mas não quero falar aqui dessas figuras ridículas que acham que escrevem bem e que se julgam parte de algum grupo de pensadores contemporâneos, já que são cheios de fazer citações by Wikipedia e com elas impressionam seus leitores babacas. O que escrevem e dizem, para não ofender demais, repercute entre eles três e seus leitores babacas, todos compartilhados. Eles detestam o Lula e o PT, e é tudo que conseguem exprimir com sua verborragia enjoativa e padronizada. Mas dali não sai, suas opiniões e ataques histéricos contra o que chamam de esquerda brasileira não têm importância alguma, não produzem eco algum.
Só que a capa da “Veja”, embora a revista seja uma droga indizível, tem importância, sim. Afinal, ela é vista por alguns milhões de pessoas, repousa amarrotada durante meses em mesinhas de consultórios médicos, dentistas e despachantes, e as pessoas a notam nas bancas de jornais, ao lado de mulheres peladas. E algumas pessoas ainda puxam assunto em mesas de bares e restaurantes dizendo “li na ‘Veja’”, e tal. São os “formadores de opinião”. Uau.
E aí aparece aqui na minha frente, no estúdio da rádio, a ”Veja” que foi hoje às bancas. Na capa, “CALA BOCA GALVÃO”, uma foto do narrador da Globo, e está dada a senha para uma pretensa reportagem séria de sete páginas, um “box” e três gráficos sobre o poder do Twitter, motivada por uma bobagem infanto-juvenil que nem os “tuiteiros” levam muito a sério, lançada no dia da abertura da Copa. Aliás, nem o Galvão levou a sério, claro, porque discutir um uma “hashtag” de Twitter é como sugerir um seminário para analisar a musicalidade de uma vuvuzela, ou um congresso sobre comunidades bizarras do Orkut.
Ontem morreu José Saramago. O maior escritor da língua portuguesa mereceu desse semanário indefensável meia página, com uma foto e uma legenda editorializada, porque ”Veja” tem opiniões formadas até sobre índice e numeração de páginas. Diz a legenda: “ESTILO E EQUÍVOCO”, reduzindo Saramago a isso, a alguém que tinha estilo e era equivocado, para atacar as posições políticas e religiosas do escritor, comunista e ateu.
Alguém ser comunista e ateu, para a “Veja”, é algo mais condenável do que estuprar a mãe no tanque. “Ao lado da criação literária, manteve-se sempre ativo, e equivocado, na política”, diz o texto pastoso, que nem assinado foi. Uma pobreza jornalística inacreditável. “Nos países cujos regimes ele defendia, nenhum escritor que ousou discordar teve o luxo de uma morte tranquila”, encerra o autor. Como é que alguém pode escrever uma merda desse tamanho? Será que essa gente não tem vergonha do que coloca no papel?
Pois todas as palavras ditas e escritas por Saramago, capaz de obras-primas da literatura universal como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “Ensaio Sobre a Cegueira”, “Todos os Nomes”, “Memorial do Convento”, “Caim”, “Jangada de Pedra”, mereceram da “Veja” meia página, enquanto três palavras bobas espalhadas pelo Twitter foram parar na capa da revista e em sete de suas páginas.
O que mais me atormenta, quando vejo essas coisas, é saber que graças a decisões editoriais como essa, uma babaquice como o “CALA BOCA GALVÃO” assume, diante dos olhos e do julgamento dos retardados que levam tal revista a sério, uma importância bem maior do que a vida e a obra de Saramago.
Saramago pedindo um café a sua esposa tem mais conteúdo, provavelmente, do que todas as edições juntas de “Veja” dos últimos 15 anos. Ele tinha razão, quando falava do Twitter — não se enganem, Saramago tinha até blog, não era um velhote vivendo numa caverna. Numa recente entrevista por e-mail a “O Globo”, disse: “Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”.
Pois a “Veja”, hoje, inaugurou a era do grunhido impresso.
O Brasil tem uma revista semanal, “Veja”, que se considera a maior do país. Deve até ser mesmo, sei lá quais são os critérios, não sei quantos leitores tem, quanto fatura, não me interessa. Deixei de assinar essa porcaria anos atrás, já não me lembro se por algum motivo específico, ou se foi, apenas, porque um dia peguei na porta de casa e me espantei: eu ainda gasto dinheiro com esta merda?
Tal revista perdeu a relevância, para estabelecer um marco, depois da queda de Collor de Mello. Naqueles anos de impeachment, as semanais deram vários furos, foram importantes, descobriram coisas. Depois, sumiram. Hoje, a “Veja” é reduto de uns caras chiliquentos como Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. “Ah, você não lê, como sabe?”, vai perguntar alguém.
Eu de tudo sei, tudo conheço. Piadinha interna.
Mas não quero falar aqui dessas figuras ridículas que acham que escrevem bem e que se julgam parte de algum grupo de pensadores contemporâneos, já que são cheios de fazer citações by Wikipedia e com elas impressionam seus leitores babacas. O que escrevem e dizem, para não ofender demais, repercute entre eles três e seus leitores babacas, todos compartilhados. Eles detestam o Lula e o PT, e é tudo que conseguem exprimir com sua verborragia enjoativa e padronizada. Mas dali não sai, suas opiniões e ataques histéricos contra o que chamam de esquerda brasileira não têm importância alguma, não produzem eco algum.
Só que a capa da “Veja”, embora a revista seja uma droga indizível, tem importância, sim. Afinal, ela é vista por alguns milhões de pessoas, repousa amarrotada durante meses em mesinhas de consultórios médicos, dentistas e despachantes, e as pessoas a notam nas bancas de jornais, ao lado de mulheres peladas. E algumas pessoas ainda puxam assunto em mesas de bares e restaurantes dizendo “li na ‘Veja’”, e tal. São os “formadores de opinião”. Uau.
E aí aparece aqui na minha frente, no estúdio da rádio, a ”Veja” que foi hoje às bancas. Na capa, “CALA BOCA GALVÃO”, uma foto do narrador da Globo, e está dada a senha para uma pretensa reportagem séria de sete páginas, um “box” e três gráficos sobre o poder do Twitter, motivada por uma bobagem infanto-juvenil que nem os “tuiteiros” levam muito a sério, lançada no dia da abertura da Copa. Aliás, nem o Galvão levou a sério, claro, porque discutir um uma “hashtag” de Twitter é como sugerir um seminário para analisar a musicalidade de uma vuvuzela, ou um congresso sobre comunidades bizarras do Orkut.
Ontem morreu José Saramago. O maior escritor da língua portuguesa mereceu desse semanário indefensável meia página, com uma foto e uma legenda editorializada, porque ”Veja” tem opiniões formadas até sobre índice e numeração de páginas. Diz a legenda: “ESTILO E EQUÍVOCO”, reduzindo Saramago a isso, a alguém que tinha estilo e era equivocado, para atacar as posições políticas e religiosas do escritor, comunista e ateu.
Alguém ser comunista e ateu, para a “Veja”, é algo mais condenável do que estuprar a mãe no tanque. “Ao lado da criação literária, manteve-se sempre ativo, e equivocado, na política”, diz o texto pastoso, que nem assinado foi. Uma pobreza jornalística inacreditável. “Nos países cujos regimes ele defendia, nenhum escritor que ousou discordar teve o luxo de uma morte tranquila”, encerra o autor. Como é que alguém pode escrever uma merda desse tamanho? Será que essa gente não tem vergonha do que coloca no papel?
Pois todas as palavras ditas e escritas por Saramago, capaz de obras-primas da literatura universal como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “Ensaio Sobre a Cegueira”, “Todos os Nomes”, “Memorial do Convento”, “Caim”, “Jangada de Pedra”, mereceram da “Veja” meia página, enquanto três palavras bobas espalhadas pelo Twitter foram parar na capa da revista e em sete de suas páginas.
O que mais me atormenta, quando vejo essas coisas, é saber que graças a decisões editoriais como essa, uma babaquice como o “CALA BOCA GALVÃO” assume, diante dos olhos e do julgamento dos retardados que levam tal revista a sério, uma importância bem maior do que a vida e a obra de Saramago.
Saramago pedindo um café a sua esposa tem mais conteúdo, provavelmente, do que todas as edições juntas de “Veja” dos últimos 15 anos. Ele tinha razão, quando falava do Twitter — não se enganem, Saramago tinha até blog, não era um velhote vivendo numa caverna. Numa recente entrevista por e-mail a “O Globo”, disse: “Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”.
Pois a “Veja”, hoje, inaugurou a era do grunhido impresso.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Começa a contagem regressiva para o 12º Encontro Nacional dos Estudantes de Escolas Técnicas (ENET). Desta vez, a cidade de Natal foi escolhida para sediar o evento, que acontece entre os dias 25 e 27 de julho. O ENET não é realizado há quase 05 anos, por isso a importância desta edição para discutir novas propostas sobre a expansão e consolidação da educação profissional e tecnológica do país.
“Mesmo com os avanços constatados no Brasil nos últimos anos, no que diz respeito à educação são constatadas várias deficiências no sistema público educacional. No país a maioria esmagadora da juventude, cerca de 86,5% segundo o IBGE, estudam em escolas públicas. Analisando que a população mais carente e sem recursos financeiros para ingressar em uma universidade fica escancarada a importância do ensino profissionalizante no país. Com isso, fica também clara a importância das escolas técnicas na formação profissional do jovem para ter condições de brigar no mercado de trabalho de forma igual”, constata o presidente União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick.
Nos últimos oito anos houve um sensível aumento no número de escolas técnicas em todo o território nacional. Mais precisamente um salto de 254%, com 354 escolas no total. Estima-se que, até 2014, o número pule para 600 unidades.
O ENET visa, sobretudo, promover uma discussão sobre o futuro desses novos espaços. A expectativa é que no próximo período os crescentes resultados apontados acima possam continuar.
“Os estudantes brasileiros precisam que o poder público continue investindo na expansão do ensino profissional e que crie um fundo exclusivo de recursos para as escolas técnicas, como já existe para o ensino médio e as universidades”, apontou Evanovick.
Yann comenta ainda que a educação profissional tecnológica deve ser encarada como ferramenta inclusão social e profissional para a população. “A educação profissional e tecnológica se tornou um elemento estratégico na luta pelo ensino público de qualidade e pela inclusão social da população menos favorecida do país”, finalizou Evanovick.
Como participar do ENET
A inscrição é gratuita. Basta baixar o formulário de inscrição clicando aqui, preencher e enviar para contatoenet@gmail.com.
Outras informações pelos telefones (11) 5082-2924 (11) 5082-2924 / (11) 5084-5219 (11) 5084-5219 .
Serviço
O quê? 12º ENET – Encontro Nacional dos Estudantes das Escolas Técnicas
Quando? Dias 25, 26 e 27 de julho de 2010
Onde? CEFET – RN: Avenida Senador Salgado Filho, 1559, Tirol – Natal
Por Paulo Tonon
“Mesmo com os avanços constatados no Brasil nos últimos anos, no que diz respeito à educação são constatadas várias deficiências no sistema público educacional. No país a maioria esmagadora da juventude, cerca de 86,5% segundo o IBGE, estudam em escolas públicas. Analisando que a população mais carente e sem recursos financeiros para ingressar em uma universidade fica escancarada a importância do ensino profissionalizante no país. Com isso, fica também clara a importância das escolas técnicas na formação profissional do jovem para ter condições de brigar no mercado de trabalho de forma igual”, constata o presidente União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Yann Evanovick.
Nos últimos oito anos houve um sensível aumento no número de escolas técnicas em todo o território nacional. Mais precisamente um salto de 254%, com 354 escolas no total. Estima-se que, até 2014, o número pule para 600 unidades.
O ENET visa, sobretudo, promover uma discussão sobre o futuro desses novos espaços. A expectativa é que no próximo período os crescentes resultados apontados acima possam continuar.
“Os estudantes brasileiros precisam que o poder público continue investindo na expansão do ensino profissional e que crie um fundo exclusivo de recursos para as escolas técnicas, como já existe para o ensino médio e as universidades”, apontou Evanovick.
Yann comenta ainda que a educação profissional tecnológica deve ser encarada como ferramenta inclusão social e profissional para a população. “A educação profissional e tecnológica se tornou um elemento estratégico na luta pelo ensino público de qualidade e pela inclusão social da população menos favorecida do país”, finalizou Evanovick.
Como participar do ENET
A inscrição é gratuita. Basta baixar o formulário de inscrição clicando aqui, preencher e enviar para contatoenet@gmail.com.
Outras informações pelos telefones (11) 5082-2924 (11) 5082-2924 / (11) 5084-5219 (11) 5084-5219 .
Serviço
O quê? 12º ENET – Encontro Nacional dos Estudantes das Escolas Técnicas
Quando? Dias 25, 26 e 27 de julho de 2010
Onde? CEFET – RN: Avenida Senador Salgado Filho, 1559, Tirol – Natal
Por Paulo Tonon
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Mobilização Nacional para Retirada de Pauta do Estatuto da Igualdade Racial
Ao
Senado da Republica do Brasil, aos Senadores Brasileiros e ao Povo Brasileiro
A propósito, da possibilidade de entrada em pauta e da votação do Estatuto da Igualdade Racial no Senado Federal, as entidades do Movimento Negro vêem conclamar os senhores Senadores a retirarem de pauta o referido projeto.
A compreensão de grande parte do Movimento Negro brasileiro é que a atual versão, proposta pelo senador Demóstenes Torres, vai contra tudo o que estava como premissa básica do cerne original da proposta. Ao não reconhecer o racismo como advindo de um processo de escravização e violação da liberdade de vários povos africanos; ao não reconhecer a dívida histórica do país com sua população negra; ao não permitir sequer que medidas compensatórias e/ou afirmativas sejam colocadas como vitais para reparar todas as desigualdades oriundas do racismo brasileiro; compreendemos que o Estatuto cumpriu seu papel de suscitar o debate mas, ao mesmo tempo, esgota-se e torna-se inútil à medida em que o que se quer votar não corresponde em nada à proposta original.
Assim, nós entidades nacionais do Movimento Negro, reivindicamos aos Senhores Senadores a retirada em definitivo do referido projeto de pauta, de modo que os movimentos e a população negra possam retomar e recuperar as propostas originais do projeto, em uma outra legislatura.
Assinam
1. Movimento Negro Unificado
2. Coletivo de Entidades Negras CEN
3. Circulo Palmarino
4. Forum Nacional de Juventude Negra
5. Associação de Comunidades Remanescente de Quilombos do Estado Rio de Janeiro – ACQUILERJ/CONAQ
6. Conselho Estadual de Comunidades Quilombolas da Bahia - BA
7. Federação Estadual das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais – N'GOLO/CONAQ
8. Coordenação Estadual das Comunidades Negras e Quilombolas da Paraíba – CECNEQ/CONAQ
9. ARQPEDRA – Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal
10. ARQIMAR – Associação Remanescente do Quilombo da Ilha de Marambaia
11. ARQBC – Associação dos Remanescentes de Quilombo de Botafogo-Caveira
12. ACQS – Associação da Comunidade do Quilombo Sacopã - RJ
13. Associação dos Remanescente do Quilombo da Rasa - RJ
14. Associação Quilombo da Família Silva -RS
15. Associação Quilombo Candiota - RS
16. Associação de Pequenos Produtores e Quilombola Picada das Vassouras - RS
17. Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo de Palmas - RS
18. Rede Quilombos do Sul - RS
19. Associação dos Remanescente do Quilombo da Invernada dos Negros - SC
20. Associação Comunitária Rosa Osório Marques - RS
21. Associação Quilombo dos Alpes Dona Edwirges - RS
22. GT Quilombos – MNU/RS
23. Associação Comunitária Quilombola do Povoado de São Tomé
24. Associação Quilombola Rosa Osório Marques - (Quilombo do Morro Alto)
Sua participação é fundamental! Assine você também!
http://www.petition online.com/ mobnm/petition. html
Senado da Republica do Brasil, aos Senadores Brasileiros e ao Povo Brasileiro
A propósito, da possibilidade de entrada em pauta e da votação do Estatuto da Igualdade Racial no Senado Federal, as entidades do Movimento Negro vêem conclamar os senhores Senadores a retirarem de pauta o referido projeto.
A compreensão de grande parte do Movimento Negro brasileiro é que a atual versão, proposta pelo senador Demóstenes Torres, vai contra tudo o que estava como premissa básica do cerne original da proposta. Ao não reconhecer o racismo como advindo de um processo de escravização e violação da liberdade de vários povos africanos; ao não reconhecer a dívida histórica do país com sua população negra; ao não permitir sequer que medidas compensatórias e/ou afirmativas sejam colocadas como vitais para reparar todas as desigualdades oriundas do racismo brasileiro; compreendemos que o Estatuto cumpriu seu papel de suscitar o debate mas, ao mesmo tempo, esgota-se e torna-se inútil à medida em que o que se quer votar não corresponde em nada à proposta original.
Assim, nós entidades nacionais do Movimento Negro, reivindicamos aos Senhores Senadores a retirada em definitivo do referido projeto de pauta, de modo que os movimentos e a população negra possam retomar e recuperar as propostas originais do projeto, em uma outra legislatura.
Assinam
1. Movimento Negro Unificado
2. Coletivo de Entidades Negras CEN
3. Circulo Palmarino
4. Forum Nacional de Juventude Negra
5. Associação de Comunidades Remanescente de Quilombos do Estado Rio de Janeiro – ACQUILERJ/CONAQ
6. Conselho Estadual de Comunidades Quilombolas da Bahia - BA
7. Federação Estadual das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais – N'GOLO/CONAQ
8. Coordenação Estadual das Comunidades Negras e Quilombolas da Paraíba – CECNEQ/CONAQ
9. ARQPEDRA – Associação da Comunidade Remanescente do Quilombo Pedra do Sal
10. ARQIMAR – Associação Remanescente do Quilombo da Ilha de Marambaia
11. ARQBC – Associação dos Remanescentes de Quilombo de Botafogo-Caveira
12. ACQS – Associação da Comunidade do Quilombo Sacopã - RJ
13. Associação dos Remanescente do Quilombo da Rasa - RJ
14. Associação Quilombo da Família Silva -RS
15. Associação Quilombo Candiota - RS
16. Associação de Pequenos Produtores e Quilombola Picada das Vassouras - RS
17. Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo de Palmas - RS
18. Rede Quilombos do Sul - RS
19. Associação dos Remanescente do Quilombo da Invernada dos Negros - SC
20. Associação Comunitária Rosa Osório Marques - RS
21. Associação Quilombo dos Alpes Dona Edwirges - RS
22. GT Quilombos – MNU/RS
23. Associação Comunitária Quilombola do Povoado de São Tomé
24. Associação Quilombola Rosa Osório Marques - (Quilombo do Morro Alto)
Sua participação é fundamental! Assine você também!
http://www.petition online.com/ mobnm/petition. html
terça-feira, 15 de junho de 2010
CONJUVE intensifica campanha pela aprovação da PEC da Juventude
Conjuve Intensifica a campanha pela aprovação da PEC da Juventude
Apostar na juventude é prerrogativa para um país forte, pleno e desenvolvido. Essa é a certeza que impulsiona o trabalho do Conselho Nacional de Juventude que, até o final deste mês, intensifica a campanha pela aprovação da PEC da Juventude. De acordo com a decisão tomada na 21ª Reunião Ordinária do Conjuve, realizada em Belo Horizonte dias 07 e 08 de junho, o objetivo é pressionar o Senado a votar a matéria antes do início da campanha eleitoral.
A Campanha, além de mobilizar junto aos senadores, será focada no ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e atingirá os líderes do Senado, em especial Romero Jucá. O líder do governo já afirmou no plenário do Senado que lutará pela votação da PEC em um único dia. Os lideres de todos os partidos de governo e oposição também serão procurados.
Para Danilo Moreira, presidente do Conjuve, a aprovação da PEC da Juventude seria a demonstração de que existe compromisso com 50 milhões de brasileiros e brasileiras entre 15 e 29 anos. "Esta PEC é indispensável para o fortalecimento das políticas de juventude, é a nossa principal bandeira para 2010. Estamos trabalhando pela sua votação final no Senado a mais de um ano. Construímos um consenso entre os Senadores do governo e da oposição sobre a matéria e entendemos que sua votação é plenamente possível. Não podemos pensar em país desenvolvido se não apostarmos na juventude", enfatizou.
Para participar da campanha, que terá o Twitter como principal ferramenta, os jovens do país inteiro podem enviar textos para os senadores do seu estado solicitando a aprovação da PEC. Algumas dicas que podem ajudar na mobilização:
1. Conheça os argumentos da PEC da Juventude, faça o download do caderno da PEC aqui (aqui link) e entregue ao senador de seu estado, peça que ele se manifeste publicamente sobre o tema.
2. Reforce seu pedido de aprovação da PEC da Juventude para o Ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha - pelo Twitter - é ele quem define, juntamente com os líderes do senado, as votações.
3. Envie e-mail e tweet para os líderes do senado, eles definem as votações no senado. A manifestação via Internet mostrará para os parlamentares que estamos interessados e acompanhando passo-a-passo a tramitação da PEC. (Inclua na mensagem a tag #pecdajuventude).
Aqui os contatos dos líderes no Senado e do ministro das Relações Institucionais
Ministro-Chefe da Secretaria de Relações Institucionais: Alexandre Padilha @padilhando
Governo Romero Jucá PMDB RR romero.juca@senador.gov.br @senadorjuca
Bloco de Apoio ao Governo Aloizio Mercadante PT SP mercadante@senador.gov.br @mercadante
Minoria (interino) Alvaro Dias PSDB PA alvarodias@senado.gov.br @alvarodias_
PSB Carlos Valadares PSB SE antval@senador.gov.br @valadarespsb
DEM José Agripino Maia DEM RN jose.agripino@senador.gov.br @joseagripino
PCdoB Inácio Arruda PCdoB CE inacioarruda@senador.gov.br @inacioarruda
PDT Osmar Dias PDT PR osmardias@senador.gov.br @osmardias
PSDB Arthur Virgilio PSDB AM arthur.virgilio@senador.gov.br @senadorarthur
PSOL José Nery PSOL CE josenery@senador.gov.br @senadorjosenery
PT Aloizio Mercadante PT SP mercadante@senador.gov.br @mercadante
PV Marina Silva PV AC marinasi@senado.gov.br @marina_silva
Sugestões de Tweet:
Caro@senadorjuca
Prezado Ministro @padilhando solicitamos seu empenho para rápida aprovação da #pecdajuventude
A PEC da Juventude é uma bandeira da 1ª Conferência Nacional de Juventude, que envolveu mais de 400 mil participantes. Os defensores e as defensoras da aprovação da PEC já ocuparam as galerias do Senado por duas vezes, solicitando a aprovação.
Existe consenso em torno da aprovação da PEC da Juventude, tanto de parlamentares de oposição, quanto do governo. A proposta já passou por todas as comissões e foi aprovada por unanimidade em cada uma delas. A matéria espera aprovação desde junho de 2008.
PEC da Juventude. O Brasil precisa, a juventude quer!
Pelo combate ao extermínio da juventude
Pelo combate ao extermínio da Juventude Brasileira - Dia D
É perceptível o aumento da violência na sociedade. A segurança pública vem se destacando como uma das principais demandas de reivindicação das populações urbanas. A sensação de insegurança vem sido alimentada pelo sensacionalismo de programas de T.V. e jornais. Jovens são constantemente expostos como autores da violência na mídia, gerando a sensação de que são responsáveis pelo aumento da criminalidade no País.
Em recente estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Violência contra Crianças e Adolescentes, o perfil das vítimas da violência vai muito além de faixa etária, ela tem “cor, raça e território”. O Brasil aponta como o 3º do ranking de países com maiores índices de homicídios de adolescentes e jovens. Os jovens estão entre as maiores vítimas da violência, especialmente, homicídios provocados por arma de fogo. A manchete é a seguinte: 33 mil jovens deverão ser assassinados no Brasil entre 2006 e 2012, diz UNICEF. Muitas outras estatísticas comprovam de modo assustador estes dados, indicando que 70% dos jovens assassinados no Brasil são negros. Segundo o relatório:
“Em cada grupo de dez jovens de 15 a 18 anos assassinados no Brasil, sete são negros. A raça também representa 70% na estimativa de 800 mil crianças brasileiras sem registro civil”.
Dentro desta estatística, mesmo que sem ser divulgados os dados, parte significativa das mortes de adolescentes e jovens é cometidas pelas forças policiais, principalmente do Rio de Janeiro e São Paulo.
É preciso construir um novo paradigma na área da segurança pública. O caminho adotado por governos, com foco no combate a criminalidade por meio da intensificação do uso da repressão por parte das forças policiais, construção de presídios e ausência de investimentos em políticas sociais é equivocado.
Este ano se realizou a primeira Conferência Nacional de Segurança Pública que aprovou propostas que sinalizou a necessidade de políticas públicas educacionais, preventivas e com o respeito aos direitos humanos, diferente do foco na punição e aumento da repressão.
O problema da violência e da segurança pública deve ser enfrentado de forma articulada com investimentos em cultura, saúde, educação e desenvolvimento social e se associa principalmente à desigualdade social e ineficiência do Estado.
É importante salientar avanços na atenuação da desigualdade social brasileira. Mas é preciso reconhecer que diante de um país de economia crescente e pujante, ainda permanecem índices astronômicos de pobreza, analfabetismo e ausência do Estado.
Em muitos casos, a única presença percebida por jovens é à força da polícia, principalmente sentida por adolescente de bairros pobres das cidades, abordados constantemente de forma violenta nas ruas da cidade. A abordagem policial focado na violenta repressão a adolescentes só promove mais violência e revolta.
A juventude representa hoje 26 % da população brasileira, são mais de 50 milhões de jovens. Entretanto, esse boom populacional precisa ser traduzido em direitos, rompendo com as concepções clássicas que trataram os jovens, hora como problema social, hora como período transitório da vida.
A juventude brasileira precisa de investimentos do estado hoje para que possa participar ativamente da construção de um novo projeto de país, mais justo, soberano e democrático.
Gabriel Medina
Conselheiro Nacional de Juventude
É perceptível o aumento da violência na sociedade. A segurança pública vem se destacando como uma das principais demandas de reivindicação das populações urbanas. A sensação de insegurança vem sido alimentada pelo sensacionalismo de programas de T.V. e jornais. Jovens são constantemente expostos como autores da violência na mídia, gerando a sensação de que são responsáveis pelo aumento da criminalidade no País.
Em recente estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Violência contra Crianças e Adolescentes, o perfil das vítimas da violência vai muito além de faixa etária, ela tem “cor, raça e território”. O Brasil aponta como o 3º do ranking de países com maiores índices de homicídios de adolescentes e jovens. Os jovens estão entre as maiores vítimas da violência, especialmente, homicídios provocados por arma de fogo. A manchete é a seguinte: 33 mil jovens deverão ser assassinados no Brasil entre 2006 e 2012, diz UNICEF. Muitas outras estatísticas comprovam de modo assustador estes dados, indicando que 70% dos jovens assassinados no Brasil são negros. Segundo o relatório:
“Em cada grupo de dez jovens de 15 a 18 anos assassinados no Brasil, sete são negros. A raça também representa 70% na estimativa de 800 mil crianças brasileiras sem registro civil”.
Dentro desta estatística, mesmo que sem ser divulgados os dados, parte significativa das mortes de adolescentes e jovens é cometidas pelas forças policiais, principalmente do Rio de Janeiro e São Paulo.
É preciso construir um novo paradigma na área da segurança pública. O caminho adotado por governos, com foco no combate a criminalidade por meio da intensificação do uso da repressão por parte das forças policiais, construção de presídios e ausência de investimentos em políticas sociais é equivocado.
Este ano se realizou a primeira Conferência Nacional de Segurança Pública que aprovou propostas que sinalizou a necessidade de políticas públicas educacionais, preventivas e com o respeito aos direitos humanos, diferente do foco na punição e aumento da repressão.
O problema da violência e da segurança pública deve ser enfrentado de forma articulada com investimentos em cultura, saúde, educação e desenvolvimento social e se associa principalmente à desigualdade social e ineficiência do Estado.
É importante salientar avanços na atenuação da desigualdade social brasileira. Mas é preciso reconhecer que diante de um país de economia crescente e pujante, ainda permanecem índices astronômicos de pobreza, analfabetismo e ausência do Estado.
Em muitos casos, a única presença percebida por jovens é à força da polícia, principalmente sentida por adolescente de bairros pobres das cidades, abordados constantemente de forma violenta nas ruas da cidade. A abordagem policial focado na violenta repressão a adolescentes só promove mais violência e revolta.
A juventude representa hoje 26 % da população brasileira, são mais de 50 milhões de jovens. Entretanto, esse boom populacional precisa ser traduzido em direitos, rompendo com as concepções clássicas que trataram os jovens, hora como problema social, hora como período transitório da vida.
A juventude brasileira precisa de investimentos do estado hoje para que possa participar ativamente da construção de um novo projeto de país, mais justo, soberano e democrático.
Gabriel Medina
Conselheiro Nacional de Juventude
quinta-feira, 10 de junho de 2010
50% do pré sal para educação aprovada!
Postado no Blog do Tiago Ventura
Nesse exato momento, as 3 horas da manhã do dia 10 de junho nos deparamos diante de mais um momento histórico para a educação brasileira. Depois de um incansável dia de debate no Senado Federal, acabamos de aprovar a destinação de 50% do fundo social do pré sal para a educação.
Esse talvez seja o mais emocionado dos posts que escrevo desde o início do blog. A emoção toma conta quando mais uma vez a União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas conquistam a maior de suas vitórias nos últimos anos, marcam seu DNA mais uma vez na história de vitórias dos estudantes e do povo brasileiro, escrevem seus nomes na luta por uma educaçao de qualidade como elemento indispensável de um Brasil mais justo.
As únicas palavras que consigo imprimir nesse texto são de agradecimento, a todos os senadores e senadoras, em especial a Inácio Arruda e Fátima Cleide proponentes da emenda e companheiros eternos de lutas, a toda a direitoria das entidades que desde de agosto centraram seus esforços na luta pelos 50% do pré sal, e, acima de tudo, a todos os estudantes, lutadores e lutadoras, que nos acompanharam nas diversas manifestações organizadas pelas entidades, que estiveram ao nosso lado na Conferência Nacional de Educação e que militam no seu dia a dia por um Brasil Melhor.
O resultado de hoje mostra com clareza a força do movimento estudantil e nossa eterna capacidade de luta e de vitórias.
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Nesse exato momento, as 3 horas da manhã do dia 10 de junho nos deparamos diante de mais um momento histórico para a educação brasileira. Depois de um incansável dia de debate no Senado Federal, acabamos de aprovar a destinação de 50% do fundo social do pré sal para a educação.
Esse talvez seja o mais emocionado dos posts que escrevo desde o início do blog. A emoção toma conta quando mais uma vez a União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas conquistam a maior de suas vitórias nos últimos anos, marcam seu DNA mais uma vez na história de vitórias dos estudantes e do povo brasileiro, escrevem seus nomes na luta por uma educaçao de qualidade como elemento indispensável de um Brasil mais justo.
As únicas palavras que consigo imprimir nesse texto são de agradecimento, a todos os senadores e senadoras, em especial a Inácio Arruda e Fátima Cleide proponentes da emenda e companheiros eternos de lutas, a toda a direitoria das entidades que desde de agosto centraram seus esforços na luta pelos 50% do pré sal, e, acima de tudo, a todos os estudantes, lutadores e lutadoras, que nos acompanharam nas diversas manifestações organizadas pelas entidades, que estiveram ao nosso lado na Conferência Nacional de Educação e que militam no seu dia a dia por um Brasil Melhor.
O resultado de hoje mostra com clareza a força do movimento estudantil e nossa eterna capacidade de luta e de vitórias.
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
Plataforma das Juventudes para as eleições 2010
Plataforma das Juventudes para as Eleições de 2010:
A Plataforma que apresentamos aqui é resultado da construção coletiva do conjunto dos movimentos, redes e organizações juvenis que subscrevem esse documento. São organizações que possuem suas bandeiras e propostas para alterar a realidade vivida pela maioria da juventude brasileira.
A unificação dessas bandeiras diversas em uma Plataforma é expressão do nosso desejo mais profundo de avançar rumo as transformações que a juventude e o povo brasileiro precisam.
Levando-se em consideração que as demandas da juventude são indissociáveis, devemos garantir:
Fortalecer a Política Institucional de Juventude
1. Aprovação do PEC da Juventude;
2. Aprovação do Estatuto da Juventude;
3. Aprovação do Plano Nacional de Juventude;
4. Organização de conferências de juventude de 2 em 2 anos (anos não eleitorais), de forma piramidal (município, estado, união), que tenha como objetivo aprovar planos de juventude ou atualizá-los e legitimar conselhos de juventude nas três esferas;
5. Constituir um sistema nacional de políticas de juventude que enraize a política nacional de juventude para estados e municípios, financiado por um fundo público que garanta recursos para seu funcionamento.
6. Ratificação da Convenção Iberoamericana de Direitos da Juventude
Ampliar o papel redistributivo do Estado
7. garantir a manutenção da política de valorização do salário mínimo no longo prazo e aprovação da legislação;
8. elaborar, com participação popular, uma política progressiva de desmercantilização dos serviços essenciais para a população;
9. Fortalecimento e Ampliação da Política de Prevenção ao HIV/Aids e da Política de Redução de Danos;
10. Ampliação da participação juvenil no fortalecimento do SUS;
11. Consolidar em lei o SUAS – Sistema Único de Assistência Social; os programas de transferência de renda e outros avanços na área social, transformando-os em direitos de cidadania e em políticas de Estado;
12. Ampliar a oferta de equipamentos públicos voltados para o compartilhamento do trabalho doméstico e de cuidados com a família;
Implementar uma política urbana que promova o direito à cidade
13. Redefinir fontes de recursos possibilitando implementar a gratuidade no sistema de transporte público para jovens estudantes e desempregados em geral, de forma a não penalizar os usuários do transporte público;
14. incorporar os princípios e conceitos de cidades sustentáveis nas 12 (doze) sedes da Copa do Mundo de 2014 e na sede da Olimípiada de 2016, enfatizando construções sustentáveis e o transporte coletivo de massa;
15. Reformar espaços poliesportivos públicos, descentralizados, levando em conta a preferência dos jovens pela prática de esportes radicais ou de aventura;
16. Ampliar e qualificar os programas e projetos de esporte e lazer em todas as esferas públicas, enquanto política de Estado, tais como os programas esporte e lazer da cidade, bolsa atleta e Segundo Tempo com núcleos nas escolas, universidades e comunidades;
17. Desenvolver uma política de habitação de interesse social que proporcione financiamento de moradias para jovens;
18. Formulação dos planos de saneamento ambiental, nas três esferas de governo, de forma participativa;
19. Garantir 1% do orçamento nacional para o esporte e lazer e 2% para investimentos na cultura;
20. Ampliar o Projeto Cultura Viva - Pontos de Cultura, do MinC;
21. Implantar Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), articulando as polícias dos três níveis de governo, aplicando conceito de segurança cidadã;
22. Garantir a participação dos movimentos de juventude nos conselhos de segurança pública, já que os e as jovens são as principais vitimas dos diversos tipos de violência;
23. Estabelecer política de prevenção de violência contra a população jovem, especialmente aquela em situação de rua, incluindo ações de capacitação de policiais em Direitos Humanos;
24. Acrescentar o tema juventude como pauta no próximo Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas;
Garantir a dimensão da sustentabilidade ambiental nas políticas de desenvolvimento
25. Criar uma política de Juventude e Meio Ambiente, institucionalizada em PPA, bem como a Agenda 21 da juventude, que fortaleça os movimentos juvenis no enfrentamento à grave crise ambiental global e às mudanças climáticas;
26. Viabilizar matriz energética sustentável, alterando hábitos e padrão de consumo, descentralizando a produção e distribuição, com destaque para os modelos de energia renováveis:
a. Privilegiar e fomentar o uso de energia solar e eólica;
b. Criar políticas para redução do consumo do petróleo;
c. Incentivar a co-geração e descentralização do gás natural;
27. Garantir a transição para uma sociedade mais sustentável e uma economia de baixo carbono e que a possibilidade de uma “economia verde” mantenha postos de trabalho e meios de vida decente para todos;
Valorizar a educação como direito inalienável de todos e todas, em todos os níveis
28. Garantir as condições necessárias para a efetiva implantação do Plano Nacional de Educação que compreende o período entre os anos de 2011 a 2020, conforme aprovado na 1ª Conferência Nacional de Educação, com especial atenção a:
a. A implantação de todas as diretrizes que prevêem a melhoria da qualidade do ensino, gestão democrática e avaliação;
b. O pleno funcionamento do Fórum Nacional da Educação para garantir a mais ampla participação nos processos de elaboração das políticas educacionais;
c. A viabilização do Sistema Nacional Articulado de Educação;
d. A destinação de 50% do Fundo Social do Pré-sal, para financiamento da educação, ampliando os investimentos já previstos em 1% do PIB ao ano, chegando-se em 7% até 2011 e em 10% até 2014;
e. A ampliação do acesso, permanência e sucesso escolar em todos os níveis e modalidades de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio regular, ensino médio técnico profissionalizante, ensino tecnológico e ensino superior, além da modalidade de educação de jovens e adultos.
29. Garantir a efetiva implantação das Políticas de valorização dos profissionais em educação: implementação imediata do piso salarial profissional nacional, política de carreira e jornada; e entrada via concurso público;
30. Criar e implementar políticas e mecanismos de regulação pública do sistema privado de ensino como condição para se reverter a relação público/privado no modelo atual da educação brasileira;
31. Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, escrita de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas com deficiência em todo o sistema de ensino;
32. Destinação de 14% dos recursos para as universidades federais e estaduais. exclusivamente para as políticas de assistência estudantil e extensão da assistência aos estudantes do Prouni;
33. Avançar na formulação e implantação de políticas ou programas que visam integrar as ações de ensino, entre as diferentes esferas governamentais, com trabalho, esporte, cultura, lazer, entre outras;
34. Criar e implementar políticas que possibilitem a ampliação do número de creches e escolas municipais de educação infantil no regime de período integral, cumprindo a meta estabelecida no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres;Garantia de bolsa-auxílio para os e as alunos/as da rede de ensino superior pública;
35. Garantia do Sistema de Cotas para os alunos da rede pública, indígenas e afrodescendentes;
36. Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
Valorizar o trabalho e promover o tempo livre
37. Implementar uma política nacional de promoção do trabalho decente para a juventude, formulada com participação dos movimentos sociais juvenis;
38. Redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais sem redução salarial;
39. Garantir a organização de jornadas de trabalho que permitam o acesso e a permanência de jovens trabalhadores/as e estudantes na educação básica, profissional e superior, ou que garantam seu retorno às atividades escolares;
40. Proibir o uso de horas extras aos/às trabalhadores/as jovens;
41. Exercer ações de fiscalização e cumprimento da contratação de aprendizes por todos os estabelecimentos obrigados a cumprir a cota conforme a Lei;
42. Intensificar ações de fiscalização da contratação de estágios, conforme os marcos legais;
43. Aplicar a Convenção 138 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre idade mínima para ingresso no mercado de trabalho e a Convenção 182 sobre priores formas de trabalho, garantindo mecanismos e políticas para erradicação do trabalho infantil;
44. Aplicar a Convenção 140 da OIT, garantindo a concessão de licença remunerada aos trabalhadores/as para fins de estudos e qualificação profissional por tempo determinado;
45. Crédito para a juventude e construção de um marco legal que viabilize o cooperativismo e a economia solidária;
Melhorar as condições de vida da juventude no campo
46. Garantir o acesso a terra ao jovem e à jovem da aérea rural, na faixa etária de 16 a 32 anos, independente do estado civil, por meio de reforma agrária, priorizando este segmento nas metas do programa de reforma agrária do Governo Federal, atendendo a sua diversidade de identidades sociais e, em especial aos remanescentes de trabalho escravo;
47. Assentamento imediato das famílias acampadas;
48. Ampliação dos Programas de Crédito destinados à aquisição de terras para a juventude rural, acompanhados de programas que garantam a apropriação de novas tecnologias e de novo crédito especial;
49. Revisão dos índices de produtividade e o estabelecimento do limite da propriedade para 35 módulos fiscais;
50. Apoiar a criação de agroindústrias cooperativadas e consolidação de uma nova matriz tecnológica que priorize a agro ecologia, em detrimento do uso de agrotóxicos;
51. Resgatar e fortalecer o ensino em escolas técnicas agrícolas, nos níveis fundamentais e médio, através da melhoria das escolas existentes e da criação de novas escolas;
52. Garantir a participação obrigatória de representantes dos movimentos sociais do campo nos Conselhos de acompanhamento dos recursos do FUNDEB;
53. Criar uma política de financiamento especial para a educação do campo que considere as especificidades da população rural;
54. Elaborar, distribuir e avaliar os materiais didáticos específicos para a educação do campo;
55. Garantir merenda escolar de qualidade, articulada com organizações locais de agricultura familiar e da pesca artesanal, no fornecimento de produtos;
56. Incorporar a educação do campo nos Planos Municipais de Educação, assegurando a participação dos movimentos sociais no planejamento e acompanhamento da sua execução;
57. Reconhecer e financiar as escolas dos acampamentos (escolas itinerantes), dos assentamentos e dos Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs) e fortalecimento e ampliação do PRONERA;
58. Garantir transporte escolar público, gratuito e seguro;
59. Aprovação do Estatuto Indígena;
60. Proteger os povos indígenas isolados e de recente contato para garantir sua reprodução cultural e etnoambiental e assegurar a integridade das terras indígenas;
61. Garantir o acesso à educação formal pelos povos indígenas, bilíngue e com adequação curricular formulada com a participação de representantes das etnias, indigenistas e especialistas em educação;
62. Assegurar o acesso e permanência da população indígena no ensino superior, por meio de ações afirmativas e respeito à diversidade étnica e cultural.
Promover a igualdade
63. Transformar em políticas públicas as propostas apresentadas pelo Encontro Nacional da Juventude Negra (ENJUNE);
64. Aprovar o Estatuto da Igualdade Racial em sua forma original;
65. Fortalecer a integração e execução das políticas públicas para todas as comunidades remanescentes de quilombos localizadas no território brasileiro;
66. Elaborar e implementar programas de combate ao racismo institucional e estrutural, implementando normas administrativas e legislação nacional e internacional;
67. Implementar uma política de combate ao genocídio da população negra, com ênfase em barrar o extermínio da juventude negra;
68. Transversalizar a política de respeito à orientação sexual e identidade de gênero nas políticas de juventude;
69. Aprovar o Projeto de Lei que criminaliza a homofobia: PLC 122/2005;
70. Aprovar a união civil entre pessoas do mesmo sexo;
71. Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir plenamente as mulheres jovens no processo de desenvolvimento do País, por meio da promoção da sua autonomia econômica e de iniciativas produtivas que garantam sua independência.
72. Implementar políticas públicas de promoção dos direitos sexuais e direitos reprodutivos das jovens mulheres, garantindo mecanismos que evitem mortes maternas, aplicando a lei de planejamento familiar, garantindo o acesso a métodos contraceptivos;
73. Descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público evitando assim a gravidez não desejada e a morte de centenas de mulheres, na sua maioria pobres e negras, em decorrência do aborto clandestino e da falta de responsabilidade do Estado no atendimento adequado às mulheres que assim optarem.
74. Combater a violência contra as mulheres, com implementação da Lei Maria da Penha e fortalecimento do Pacto Nacional de Enfretamento à Violência contras as Mulheres;
75. Promover a acessibilidade para jovens com deficiência, no ambiente físico, na comunicação e na informação, nos transportes e em políticas de ação afirmativa e de superação da pobreza, no âmbito da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU em 13 de dezembro de 2006, ratificada pelo Brasil e alçada à categoria de emenda constitucional;
76. Garantir aos e às jovens com deficiência igual e efetiva proteção legal contra a discriminação.
77. Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibilidade (Decreto nº 5.296/2004), que garante a acessibilidade pela adequação das vias e passeios públicos, semáforos, mobiliários, habitações, espaços de lazer, transportes, prédios públicos, inclusive instituições de ensino, e outros itens de uso individual e coletivo.
Democratizar os meios de comunicação e promover a inclusão digital
78. Garantir a implementação das propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação – CONFECOM, realizada em 2009;
79. Implantar novo marco regulatório para o Sistema de Comunicação no Brasil, com ênfase no interesse público e na garantia de direitos humanos, para acesso, produção e meios de distribuição de conteúdo:
a. Estabelecer critérios democráticos e transparentes para concessões, renovações e financiamento, e maior agilidade nos processos;
b. Garantir mecanismos de fiscalização, com controle público e participação popular, em todos os processos de outorgas;
c. Universalizar o uso da banda larga – transformando-a em serviço prestado em regime público com o uso do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação);
d. Implantar políticas de inclusão digital e de acessibilidade;
e. Fortalecer o sistema público;
f. Incentivar as rádios e TVs comunitárias e a produção independente;
g. Criar o Conselho de Comunicação Social vinculado ao Executivo, para que tenha caráter deliberativo e autonomia em todos os âmbitos do Estado;
h. Formular uma Lei de Imprensa que normatize o setor, com espaço ao contraditório e direito de resposta como instrumento democrático;
80. Abertura de salas de cinema e de produção multimídia descentralizadas gratuitas;
81. Proibir o “jabá” e implementar políticas de apoio à música livre e às rádios comunitárias;
Estado democrático com caráter público e participação ativa da sociedade
82. Implementar o PNDH – 3 – Programa Nacional de Direitos Humanos, garantindo políticas públicas efetivamente includentes, com equidade e respeito à diversidade;
83. Instituir o Orçamento Participativo Federal como política de governo para que a população decida as prioridades orçamentárias;
84. Ampliar o controle social sobre o Estado, com a institucionalização das Conferências Nacionais e ampliação da capacidade de formulação e deliberação dos diversos conselhos sobre as políticas de governo;
85. Regulamentar o Art. 14 da Constituição Federal, que trata de plebiscitos e referendos, garantindo o poder do povo de decidir sobre questões de interesse nacional;
86. Efetuar reforma política democrática, com participação popular e parlamento eleito sob regras mais democráticas, com financiamento público – recursos igualmente divididos entre homens e mulheres -, fidelidade partidária, fim do caráter revisor do Senado e com enfrentamento do poder econômico privado nas eleições;
Assinam as seguintes redes, fóruns e entidades:
CUT – Central Única dos Trabalhadores
UNE – União Nacional dos Estudantes
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
PJ – Pastoral da Juventude do Brasil
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
MPB – Movimento Música Para Baixar
Mirim Brasil
Rede Sou de Atitude
Fórum Estadual de Juventude do Rio de Janeiro
Movimento Hip Hop Organizado - MH²O
ABGLT
Novas assinaturas devem ser enviadas para o endereço juventude@cut.org.br
A Plataforma que apresentamos aqui é resultado da construção coletiva do conjunto dos movimentos, redes e organizações juvenis que subscrevem esse documento. São organizações que possuem suas bandeiras e propostas para alterar a realidade vivida pela maioria da juventude brasileira.
A unificação dessas bandeiras diversas em uma Plataforma é expressão do nosso desejo mais profundo de avançar rumo as transformações que a juventude e o povo brasileiro precisam.
Levando-se em consideração que as demandas da juventude são indissociáveis, devemos garantir:
Fortalecer a Política Institucional de Juventude
1. Aprovação do PEC da Juventude;
2. Aprovação do Estatuto da Juventude;
3. Aprovação do Plano Nacional de Juventude;
4. Organização de conferências de juventude de 2 em 2 anos (anos não eleitorais), de forma piramidal (município, estado, união), que tenha como objetivo aprovar planos de juventude ou atualizá-los e legitimar conselhos de juventude nas três esferas;
5. Constituir um sistema nacional de políticas de juventude que enraize a política nacional de juventude para estados e municípios, financiado por um fundo público que garanta recursos para seu funcionamento.
6. Ratificação da Convenção Iberoamericana de Direitos da Juventude
Ampliar o papel redistributivo do Estado
7. garantir a manutenção da política de valorização do salário mínimo no longo prazo e aprovação da legislação;
8. elaborar, com participação popular, uma política progressiva de desmercantilização dos serviços essenciais para a população;
9. Fortalecimento e Ampliação da Política de Prevenção ao HIV/Aids e da Política de Redução de Danos;
10. Ampliação da participação juvenil no fortalecimento do SUS;
11. Consolidar em lei o SUAS – Sistema Único de Assistência Social; os programas de transferência de renda e outros avanços na área social, transformando-os em direitos de cidadania e em políticas de Estado;
12. Ampliar a oferta de equipamentos públicos voltados para o compartilhamento do trabalho doméstico e de cuidados com a família;
Implementar uma política urbana que promova o direito à cidade
13. Redefinir fontes de recursos possibilitando implementar a gratuidade no sistema de transporte público para jovens estudantes e desempregados em geral, de forma a não penalizar os usuários do transporte público;
14. incorporar os princípios e conceitos de cidades sustentáveis nas 12 (doze) sedes da Copa do Mundo de 2014 e na sede da Olimípiada de 2016, enfatizando construções sustentáveis e o transporte coletivo de massa;
15. Reformar espaços poliesportivos públicos, descentralizados, levando em conta a preferência dos jovens pela prática de esportes radicais ou de aventura;
16. Ampliar e qualificar os programas e projetos de esporte e lazer em todas as esferas públicas, enquanto política de Estado, tais como os programas esporte e lazer da cidade, bolsa atleta e Segundo Tempo com núcleos nas escolas, universidades e comunidades;
17. Desenvolver uma política de habitação de interesse social que proporcione financiamento de moradias para jovens;
18. Formulação dos planos de saneamento ambiental, nas três esferas de governo, de forma participativa;
19. Garantir 1% do orçamento nacional para o esporte e lazer e 2% para investimentos na cultura;
20. Ampliar o Projeto Cultura Viva - Pontos de Cultura, do MinC;
21. Implantar Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), articulando as polícias dos três níveis de governo, aplicando conceito de segurança cidadã;
22. Garantir a participação dos movimentos de juventude nos conselhos de segurança pública, já que os e as jovens são as principais vitimas dos diversos tipos de violência;
23. Estabelecer política de prevenção de violência contra a população jovem, especialmente aquela em situação de rua, incluindo ações de capacitação de policiais em Direitos Humanos;
24. Acrescentar o tema juventude como pauta no próximo Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas;
Garantir a dimensão da sustentabilidade ambiental nas políticas de desenvolvimento
25. Criar uma política de Juventude e Meio Ambiente, institucionalizada em PPA, bem como a Agenda 21 da juventude, que fortaleça os movimentos juvenis no enfrentamento à grave crise ambiental global e às mudanças climáticas;
26. Viabilizar matriz energética sustentável, alterando hábitos e padrão de consumo, descentralizando a produção e distribuição, com destaque para os modelos de energia renováveis:
a. Privilegiar e fomentar o uso de energia solar e eólica;
b. Criar políticas para redução do consumo do petróleo;
c. Incentivar a co-geração e descentralização do gás natural;
27. Garantir a transição para uma sociedade mais sustentável e uma economia de baixo carbono e que a possibilidade de uma “economia verde” mantenha postos de trabalho e meios de vida decente para todos;
Valorizar a educação como direito inalienável de todos e todas, em todos os níveis
28. Garantir as condições necessárias para a efetiva implantação do Plano Nacional de Educação que compreende o período entre os anos de 2011 a 2020, conforme aprovado na 1ª Conferência Nacional de Educação, com especial atenção a:
a. A implantação de todas as diretrizes que prevêem a melhoria da qualidade do ensino, gestão democrática e avaliação;
b. O pleno funcionamento do Fórum Nacional da Educação para garantir a mais ampla participação nos processos de elaboração das políticas educacionais;
c. A viabilização do Sistema Nacional Articulado de Educação;
d. A destinação de 50% do Fundo Social do Pré-sal, para financiamento da educação, ampliando os investimentos já previstos em 1% do PIB ao ano, chegando-se em 7% até 2011 e em 10% até 2014;
e. A ampliação do acesso, permanência e sucesso escolar em todos os níveis e modalidades de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio regular, ensino médio técnico profissionalizante, ensino tecnológico e ensino superior, além da modalidade de educação de jovens e adultos.
29. Garantir a efetiva implantação das Políticas de valorização dos profissionais em educação: implementação imediata do piso salarial profissional nacional, política de carreira e jornada; e entrada via concurso público;
30. Criar e implementar políticas e mecanismos de regulação pública do sistema privado de ensino como condição para se reverter a relação público/privado no modelo atual da educação brasileira;
31. Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, escrita de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas com deficiência em todo o sistema de ensino;
32. Destinação de 14% dos recursos para as universidades federais e estaduais. exclusivamente para as políticas de assistência estudantil e extensão da assistência aos estudantes do Prouni;
33. Avançar na formulação e implantação de políticas ou programas que visam integrar as ações de ensino, entre as diferentes esferas governamentais, com trabalho, esporte, cultura, lazer, entre outras;
34. Criar e implementar políticas que possibilitem a ampliação do número de creches e escolas municipais de educação infantil no regime de período integral, cumprindo a meta estabelecida no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres;Garantia de bolsa-auxílio para os e as alunos/as da rede de ensino superior pública;
35. Garantia do Sistema de Cotas para os alunos da rede pública, indígenas e afrodescendentes;
36. Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
Valorizar o trabalho e promover o tempo livre
37. Implementar uma política nacional de promoção do trabalho decente para a juventude, formulada com participação dos movimentos sociais juvenis;
38. Redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais sem redução salarial;
39. Garantir a organização de jornadas de trabalho que permitam o acesso e a permanência de jovens trabalhadores/as e estudantes na educação básica, profissional e superior, ou que garantam seu retorno às atividades escolares;
40. Proibir o uso de horas extras aos/às trabalhadores/as jovens;
41. Exercer ações de fiscalização e cumprimento da contratação de aprendizes por todos os estabelecimentos obrigados a cumprir a cota conforme a Lei;
42. Intensificar ações de fiscalização da contratação de estágios, conforme os marcos legais;
43. Aplicar a Convenção 138 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre idade mínima para ingresso no mercado de trabalho e a Convenção 182 sobre priores formas de trabalho, garantindo mecanismos e políticas para erradicação do trabalho infantil;
44. Aplicar a Convenção 140 da OIT, garantindo a concessão de licença remunerada aos trabalhadores/as para fins de estudos e qualificação profissional por tempo determinado;
45. Crédito para a juventude e construção de um marco legal que viabilize o cooperativismo e a economia solidária;
Melhorar as condições de vida da juventude no campo
46. Garantir o acesso a terra ao jovem e à jovem da aérea rural, na faixa etária de 16 a 32 anos, independente do estado civil, por meio de reforma agrária, priorizando este segmento nas metas do programa de reforma agrária do Governo Federal, atendendo a sua diversidade de identidades sociais e, em especial aos remanescentes de trabalho escravo;
47. Assentamento imediato das famílias acampadas;
48. Ampliação dos Programas de Crédito destinados à aquisição de terras para a juventude rural, acompanhados de programas que garantam a apropriação de novas tecnologias e de novo crédito especial;
49. Revisão dos índices de produtividade e o estabelecimento do limite da propriedade para 35 módulos fiscais;
50. Apoiar a criação de agroindústrias cooperativadas e consolidação de uma nova matriz tecnológica que priorize a agro ecologia, em detrimento do uso de agrotóxicos;
51. Resgatar e fortalecer o ensino em escolas técnicas agrícolas, nos níveis fundamentais e médio, através da melhoria das escolas existentes e da criação de novas escolas;
52. Garantir a participação obrigatória de representantes dos movimentos sociais do campo nos Conselhos de acompanhamento dos recursos do FUNDEB;
53. Criar uma política de financiamento especial para a educação do campo que considere as especificidades da população rural;
54. Elaborar, distribuir e avaliar os materiais didáticos específicos para a educação do campo;
55. Garantir merenda escolar de qualidade, articulada com organizações locais de agricultura familiar e da pesca artesanal, no fornecimento de produtos;
56. Incorporar a educação do campo nos Planos Municipais de Educação, assegurando a participação dos movimentos sociais no planejamento e acompanhamento da sua execução;
57. Reconhecer e financiar as escolas dos acampamentos (escolas itinerantes), dos assentamentos e dos Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs) e fortalecimento e ampliação do PRONERA;
58. Garantir transporte escolar público, gratuito e seguro;
59. Aprovação do Estatuto Indígena;
60. Proteger os povos indígenas isolados e de recente contato para garantir sua reprodução cultural e etnoambiental e assegurar a integridade das terras indígenas;
61. Garantir o acesso à educação formal pelos povos indígenas, bilíngue e com adequação curricular formulada com a participação de representantes das etnias, indigenistas e especialistas em educação;
62. Assegurar o acesso e permanência da população indígena no ensino superior, por meio de ações afirmativas e respeito à diversidade étnica e cultural.
Promover a igualdade
63. Transformar em políticas públicas as propostas apresentadas pelo Encontro Nacional da Juventude Negra (ENJUNE);
64. Aprovar o Estatuto da Igualdade Racial em sua forma original;
65. Fortalecer a integração e execução das políticas públicas para todas as comunidades remanescentes de quilombos localizadas no território brasileiro;
66. Elaborar e implementar programas de combate ao racismo institucional e estrutural, implementando normas administrativas e legislação nacional e internacional;
67. Implementar uma política de combate ao genocídio da população negra, com ênfase em barrar o extermínio da juventude negra;
68. Transversalizar a política de respeito à orientação sexual e identidade de gênero nas políticas de juventude;
69. Aprovar o Projeto de Lei que criminaliza a homofobia: PLC 122/2005;
70. Aprovar a união civil entre pessoas do mesmo sexo;
71. Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir plenamente as mulheres jovens no processo de desenvolvimento do País, por meio da promoção da sua autonomia econômica e de iniciativas produtivas que garantam sua independência.
72. Implementar políticas públicas de promoção dos direitos sexuais e direitos reprodutivos das jovens mulheres, garantindo mecanismos que evitem mortes maternas, aplicando a lei de planejamento familiar, garantindo o acesso a métodos contraceptivos;
73. Descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público evitando assim a gravidez não desejada e a morte de centenas de mulheres, na sua maioria pobres e negras, em decorrência do aborto clandestino e da falta de responsabilidade do Estado no atendimento adequado às mulheres que assim optarem.
74. Combater a violência contra as mulheres, com implementação da Lei Maria da Penha e fortalecimento do Pacto Nacional de Enfretamento à Violência contras as Mulheres;
75. Promover a acessibilidade para jovens com deficiência, no ambiente físico, na comunicação e na informação, nos transportes e em políticas de ação afirmativa e de superação da pobreza, no âmbito da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU em 13 de dezembro de 2006, ratificada pelo Brasil e alçada à categoria de emenda constitucional;
76. Garantir aos e às jovens com deficiência igual e efetiva proteção legal contra a discriminação.
77. Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibilidade (Decreto nº 5.296/2004), que garante a acessibilidade pela adequação das vias e passeios públicos, semáforos, mobiliários, habitações, espaços de lazer, transportes, prédios públicos, inclusive instituições de ensino, e outros itens de uso individual e coletivo.
Democratizar os meios de comunicação e promover a inclusão digital
78. Garantir a implementação das propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação – CONFECOM, realizada em 2009;
79. Implantar novo marco regulatório para o Sistema de Comunicação no Brasil, com ênfase no interesse público e na garantia de direitos humanos, para acesso, produção e meios de distribuição de conteúdo:
a. Estabelecer critérios democráticos e transparentes para concessões, renovações e financiamento, e maior agilidade nos processos;
b. Garantir mecanismos de fiscalização, com controle público e participação popular, em todos os processos de outorgas;
c. Universalizar o uso da banda larga – transformando-a em serviço prestado em regime público com o uso do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação);
d. Implantar políticas de inclusão digital e de acessibilidade;
e. Fortalecer o sistema público;
f. Incentivar as rádios e TVs comunitárias e a produção independente;
g. Criar o Conselho de Comunicação Social vinculado ao Executivo, para que tenha caráter deliberativo e autonomia em todos os âmbitos do Estado;
h. Formular uma Lei de Imprensa que normatize o setor, com espaço ao contraditório e direito de resposta como instrumento democrático;
80. Abertura de salas de cinema e de produção multimídia descentralizadas gratuitas;
81. Proibir o “jabá” e implementar políticas de apoio à música livre e às rádios comunitárias;
Estado democrático com caráter público e participação ativa da sociedade
82. Implementar o PNDH – 3 – Programa Nacional de Direitos Humanos, garantindo políticas públicas efetivamente includentes, com equidade e respeito à diversidade;
83. Instituir o Orçamento Participativo Federal como política de governo para que a população decida as prioridades orçamentárias;
84. Ampliar o controle social sobre o Estado, com a institucionalização das Conferências Nacionais e ampliação da capacidade de formulação e deliberação dos diversos conselhos sobre as políticas de governo;
85. Regulamentar o Art. 14 da Constituição Federal, que trata de plebiscitos e referendos, garantindo o poder do povo de decidir sobre questões de interesse nacional;
86. Efetuar reforma política democrática, com participação popular e parlamento eleito sob regras mais democráticas, com financiamento público – recursos igualmente divididos entre homens e mulheres -, fidelidade partidária, fim do caráter revisor do Senado e com enfrentamento do poder econômico privado nas eleições;
Assinam as seguintes redes, fóruns e entidades:
CUT – Central Única dos Trabalhadores
UNE – União Nacional dos Estudantes
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
PJ – Pastoral da Juventude do Brasil
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
MPB – Movimento Música Para Baixar
Mirim Brasil
Rede Sou de Atitude
Fórum Estadual de Juventude do Rio de Janeiro
Movimento Hip Hop Organizado - MH²O
ABGLT
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Finalmente Wallace, dia 16
Domingo, 30 de Maio de 2010 às 03h00
0 Comentários
Não sei se o Sesc já noticiou, mas como tive a informação na sexta-feira, comento. Finalmente, uma homenagem ao Wallace Leal e ao TECA vai acontecer no dia 16 de junho. Além de um teatro — ainda que Wallace merecesse uma sala melhor — que traz seu nome, o resgate desse promotor cultural, porque ele foi isso na história de Araraquara, parece-me que começa realmente agora com uma exposição e com um livro. Não um mero livro biográfico, mas uma tese de mestrado na qual Clodoaldo Medina recupera, não apenas de maneira incisiva e completa a trajetória do Teatro Experimental de Comédia de Araraquara, como também faz um levantamento do panorama cultural do Interior na década de 1950. Ou seja, estamos diante de uma obra abrangente.Curioso como precisamos esperar a chegada do Sesc para vermos colocadas no lugar algumas figuras exponenciais da cidade. Assim foi com Gilda de Mello e Souza e Zé Celso. Assim deveria ser com Livio Abramo, Sebastião Campos , o ator, com Amaral Gurgel, o radionovelista, Américo Borges, o músico. E, evidente, com Ernesto Lia , que está presente, porque, como diz sempre Lygia Fagundes Telles, não nos interessam as glórias frias, elas são bem vindas é agora, quentes, efervescentes. E como esquecer o Sidney Rodrigues? E o papel do Araken Toledo Pires, outro animador cultural, que participou do TECA, do Clube de Cinema, fazia programas de cinema na PRD-4, escreveu críticas nos jornais?Falando em PRD-4, há muitos anos, o Rodolfo Telarolli fez uma pesquisa completíssima e levantou toda a história da rádio, que nasceu antes da Nacional do Rio. Por que não publicá-la? Também não está merecendo um livro completo a questão dos dinossauros em Araraquara? Coisa séria, científica. Será que o empresariado da cidade não está disposto a investir também em cultura, em vez de só nos esportes? Lembro que a Lupo patrocinou o ótimo documentário de Marcelo Machado sobre ferrovias. A Cutrale não abre o bolso para o setor? E a Iesa? E a construtora Massafera? Perceberam que esta crônica é um lembrete, um memorando. Para ficar na mesa do Paulo Casale, do Sesc, que vem continuando uma obra de abertura; na mesa da secretária de Cultura, do prefeito. Enquanto pensam, deliberam, discutem e decidem se vale a pena, vamos todos ao Sesc dia 16, rememorar o TECA e o Wallace. Menos eu que estarei, no mesmo dia e mesma hora, em Cruz das Posses , fazendo palestra pela Viagem Literária. Pena, queria rever as atrizes do TECA, abraçar o Clodô!
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Não sei se o Sesc já noticiou, mas como tive a informação na sexta-feira, comento. Finalmente, uma homenagem ao Wallace Leal e ao TECA vai acontecer no dia 16 de junho. Além de um teatro — ainda que Wallace merecesse uma sala melhor — que traz seu nome, o resgate desse promotor cultural, porque ele foi isso na história de Araraquara, parece-me que começa realmente agora com uma exposição e com um livro. Não um mero livro biográfico, mas uma tese de mestrado na qual Clodoaldo Medina recupera, não apenas de maneira incisiva e completa a trajetória do Teatro Experimental de Comédia de Araraquara, como também faz um levantamento do panorama cultural do Interior na década de 1950. Ou seja, estamos diante de uma obra abrangente.Curioso como precisamos esperar a chegada do Sesc para vermos colocadas no lugar algumas figuras exponenciais da cidade. Assim foi com Gilda de Mello e Souza e Zé Celso. Assim deveria ser com Livio Abramo, Sebastião Campos , o ator, com Amaral Gurgel, o radionovelista, Américo Borges, o músico. E, evidente, com Ernesto Lia , que está presente, porque, como diz sempre Lygia Fagundes Telles, não nos interessam as glórias frias, elas são bem vindas é agora, quentes, efervescentes. E como esquecer o Sidney Rodrigues? E o papel do Araken Toledo Pires, outro animador cultural, que participou do TECA, do Clube de Cinema, fazia programas de cinema na PRD-4, escreveu críticas nos jornais?Falando em PRD-4, há muitos anos, o Rodolfo Telarolli fez uma pesquisa completíssima e levantou toda a história da rádio, que nasceu antes da Nacional do Rio. Por que não publicá-la? Também não está merecendo um livro completo a questão dos dinossauros em Araraquara? Coisa séria, científica. Será que o empresariado da cidade não está disposto a investir também em cultura, em vez de só nos esportes? Lembro que a Lupo patrocinou o ótimo documentário de Marcelo Machado sobre ferrovias. A Cutrale não abre o bolso para o setor? E a Iesa? E a construtora Massafera? Perceberam que esta crônica é um lembrete, um memorando. Para ficar na mesa do Paulo Casale, do Sesc, que vem continuando uma obra de abertura; na mesa da secretária de Cultura, do prefeito. Enquanto pensam, deliberam, discutem e decidem se vale a pena, vamos todos ao Sesc dia 16, rememorar o TECA e o Wallace. Menos eu que estarei, no mesmo dia e mesma hora, em Cruz das Posses , fazendo palestra pela Viagem Literária. Pena, queria rever as atrizes do TECA, abraçar o Clodô!
quarta-feira, 26 de maio de 2010
PNBL, a JPT apoia esta ideia
O governo federal lançou, no dia 11 de maio, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com o objetivo de democratizar o acesso à internet no país, o Plano pretende triplicar o número de casas com acesso a banda larga.
Hoje, no Brasil, 12 milhões de domicílios contam com acesso rápido à Internet, com o PNBL, a meta é chegar a 40 milhões de residências, baixando o preço, que hoje está na casa dos R$ 49 para planos de 256 kbps, para algo entre R$ 29 a R$ 35 na velocidade de 784 kbps e para R$ 10 a R$ 15, para 512 kpbs.
O governo federal investirá quase R$ 13 bilhões na execução do Plano e irá gerenciá-lo por meio da Telebrás, que será capitalizada e revitalizada, passando novamente a ocupar um papel importante nas comunicações do país.
Segundo o Blog do Planalto, “a prioridade neste momento são 15 estados do Nordeste e Sudeste, mais a capital federal, regiões que já contam com anéis de fibra ótica. Outras 100 cidades serão escolhidas para receber os investimentos do plano, com prioridade para locais da administração pública que estejam relacionados à saúde, educação e segurança”.
A iniciativa de executar o Plano Nacional de Banda Larga, permitirá que milhões de brasileiros, em particular os jovens, possam ter acesso à informação e às novas tecnologias, requisito fundamental para a construção de um país democrático e desenvolvido.
JPT apóia esta ideia
A democratização da informação, tanto no acesso, quanto na produção, é uma bandeira da Juventude do PT. Por isso nos próximos dias estaremos divulgando informações sobre as iniciativas tomadas pelo governo neste sentido. Através da hastag #PNBL, estaremos divulgando no Twitter estas ações. Participe!
Hoje, no Brasil, 12 milhões de domicílios contam com acesso rápido à Internet, com o PNBL, a meta é chegar a 40 milhões de residências, baixando o preço, que hoje está na casa dos R$ 49 para planos de 256 kbps, para algo entre R$ 29 a R$ 35 na velocidade de 784 kbps e para R$ 10 a R$ 15, para 512 kpbs.
O governo federal investirá quase R$ 13 bilhões na execução do Plano e irá gerenciá-lo por meio da Telebrás, que será capitalizada e revitalizada, passando novamente a ocupar um papel importante nas comunicações do país.
Segundo o Blog do Planalto, “a prioridade neste momento são 15 estados do Nordeste e Sudeste, mais a capital federal, regiões que já contam com anéis de fibra ótica. Outras 100 cidades serão escolhidas para receber os investimentos do plano, com prioridade para locais da administração pública que estejam relacionados à saúde, educação e segurança”.
A iniciativa de executar o Plano Nacional de Banda Larga, permitirá que milhões de brasileiros, em particular os jovens, possam ter acesso à informação e às novas tecnologias, requisito fundamental para a construção de um país democrático e desenvolvido.
JPT apóia esta ideia
A democratização da informação, tanto no acesso, quanto na produção, é uma bandeira da Juventude do PT. Por isso nos próximos dias estaremos divulgando informações sobre as iniciativas tomadas pelo governo neste sentido. Através da hastag #PNBL, estaremos divulgando no Twitter estas ações. Participe!
Irã e a sinuca de Obama
Por Neves
Fiasco, disse ontem o editorial do Wall Street Journal para, desesseis meses da “diplomacia” de Obama enterrada no episódio. Descreve a secretária de estado, como a alguém que saiu de um jogo de poquer sem roupa. O aceno dela de um “esboço” de plano de sanções soa como, manobra de biruta de aeroporto.
O WSJ reconhece o acordo assinado em Teerã como invenção do governo americano, em outubro passado, após nove meses de enganjamento de Obama na questão iraniana. O plano estava na mesa, nem o Itamaraty e nem os turcos inventaram nada, apenas “convenceram” o Irã a aceitar o plano que haviam rejeitado antes. As duas chancelarias não poderiam fazer diferente. Não houve oposição ou desautorização pública prévia às negociações turco-brasileiras, que sabiam em andamento, nem das autoridades americanas ou de qualquer outro país envolvido, nem sequer Israel, pelo contrário, houve incentivo da parte de Washington.
Para o jornal, a decisão iraniana de aceitar o acordo é um golpe, dá o título de “Golpe Nuclear do Irã” ao seu editorial. Brasil e Turquia ofereceram um escudo político para Teerã: a solução diplomática, tida como um dos princípios de política externa mais importantes do próprio presidente Obama, que agora se volta contra ele. O jornal deixa claro também que Lula foi encorajado por Washington, pois era desejo do EUA receber apoio unânime no Conselho de Segurança, onde o Brasil e Turquia terão assento. Confirmada a recusa, eles mostrariam o plano de sanções esboçado, com chances enormes de aprovação por unanimidade, face ao fracasso brasileiro. Madame Clinton apostou que Lula voltaria de mãos abanando e acabou pendurada no pincel, ou seja, no esboço do seu plano de retaliações, sem uma escada de legitimidade. Ela está mais perdida do que cachorro caído da mudança dos aiatolás.
O acordo assinado é proposição americana, se dizem limitado, porque só agora fazem indagações que não fizeram quando o apresentaram? Então eles fariam hoje, as mesmas perguntas, se a assinatura ocorresse em outubro, e levariam adiante seu plano de sanções. Isso dá a impressão de uma escalada e desprezo pela ação diplomática. Se o EUA considera sua própria proposta de acordo insuficiente, nada garante que amanhã venha considerar seu plano de sanções insatisfatório. Depois, virá o que, a humanidade está interessada nesse porvir?
Fiasco, disse ontem o editorial do Wall Street Journal para, desesseis meses da “diplomacia” de Obama enterrada no episódio. Descreve a secretária de estado, como a alguém que saiu de um jogo de poquer sem roupa. O aceno dela de um “esboço” de plano de sanções soa como, manobra de biruta de aeroporto.
O WSJ reconhece o acordo assinado em Teerã como invenção do governo americano, em outubro passado, após nove meses de enganjamento de Obama na questão iraniana. O plano estava na mesa, nem o Itamaraty e nem os turcos inventaram nada, apenas “convenceram” o Irã a aceitar o plano que haviam rejeitado antes. As duas chancelarias não poderiam fazer diferente. Não houve oposição ou desautorização pública prévia às negociações turco-brasileiras, que sabiam em andamento, nem das autoridades americanas ou de qualquer outro país envolvido, nem sequer Israel, pelo contrário, houve incentivo da parte de Washington.
Para o jornal, a decisão iraniana de aceitar o acordo é um golpe, dá o título de “Golpe Nuclear do Irã” ao seu editorial. Brasil e Turquia ofereceram um escudo político para Teerã: a solução diplomática, tida como um dos princípios de política externa mais importantes do próprio presidente Obama, que agora se volta contra ele. O jornal deixa claro também que Lula foi encorajado por Washington, pois era desejo do EUA receber apoio unânime no Conselho de Segurança, onde o Brasil e Turquia terão assento. Confirmada a recusa, eles mostrariam o plano de sanções esboçado, com chances enormes de aprovação por unanimidade, face ao fracasso brasileiro. Madame Clinton apostou que Lula voltaria de mãos abanando e acabou pendurada no pincel, ou seja, no esboço do seu plano de retaliações, sem uma escada de legitimidade. Ela está mais perdida do que cachorro caído da mudança dos aiatolás.
O acordo assinado é proposição americana, se dizem limitado, porque só agora fazem indagações que não fizeram quando o apresentaram? Então eles fariam hoje, as mesmas perguntas, se a assinatura ocorresse em outubro, e levariam adiante seu plano de sanções. Isso dá a impressão de uma escalada e desprezo pela ação diplomática. Se o EUA considera sua própria proposta de acordo insuficiente, nada garante que amanhã venha considerar seu plano de sanções insatisfatório. Depois, virá o que, a humanidade está interessada nesse porvir?
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