segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mulheres em luta por uma vida sem violência!

O fato que aconteceu na Uniban, onde uma estudante foi agredida e ameaçada
verbalmente por cerca de 700 colegas, é mais uma expressão da violência contra as
mulheres. Como na maioria dos casos, buscou-se justificar o ocorrido pela roupa que a
estudante utilizava. A tentativa de justificar o que não tem justificativa – a violência
sexista – geralmente aponta que a mulher não se comportou como deveria, ou seja,
provocou a violência.
As mulheres devem seguir regras de conduta e comportamento ideais, a partir de um
padrão estético que nos condiciona a viver sob as rédeas da sociedade e dos homens. O
modelo de feminilidade nos impõe essas regras e tem como característica a
subordinação das mulheres aos homens. O machismo estrutura a sociedade e coloca as
mulheres nesta situação de desigualdade e subordinação. As mulheres devem ser
afetuosas, compreensivas, estarem impecáveis e, acima de tudo, disponíveis aos
homens. Essa idéia de disponibilidade das mulheres contribui para naturalizar e banalizar
a violência a que estamos expostas todos os dias, que se expressa em gracejos ofensivos
e constrangedores, em ameaças e agressões físicas e verbais. A violência sexista é
causada pelo machismo, que estabelece relações de poder que o conjunto dos homens
exerce sobre as mulheres.
Nos manifestamos hoje para denunciar a violência sexista e a cumplicidade da
Universidade frente a este caso. A decisão da Uniban de expulsar a estudante contribui
para banalizar, estimular e justificar a violência sexista dentro na universidade e fora
dela. Ao expulsar a estudante, a universidade transformou a vítima em ré, colocando
sobre ela a responsabilidade da violência que sofreu. Uma instituição de ensino deveria
ter uma postura diferente: tratar o caso, punir os agressores e acolher a vítima. Ao
contrário, a comissão de sindicância aberta pela universidade puniu a vítima.
Este não é o primeiro caso de violência contra a mulher na Uniban. Também não é um
acontecimento isolado. Pelo contrário, a violência sexista é freqüente nas universidades
de todo o Brasil. As mulheres têm o direito a uma vida livre de violência!
As mulheres têm o direito de serem respeitadas em seus ambientes de estudo e
trabalho, e de serem reconhecidas e valorizadas como sujeitos que pensam e produzem
conhecimento, não apenas como corpos a disposição dos outros.
União Nacional dos Estudantes
Telefone: 55392342
mulheresune@gmail.com
www.une.org.br
Somos mulheres e não mercadoria!
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.
Marcha Mundial das Mulheres
Telefone: (11) 38193876
marchamulheres@sof.org.br
www.marchamundialdasmulheres.org

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